segunda-feira, 15 de agosto de 2016

QUEM  AMA

 

Quem ama, onde estiver,

Serve sem perguntar.

 

Trabalha quanto pode

Na construção do bem.

 

Encontra em qualquer parte,

Companheiros e irmãos.

 

Não se isola, convive.

Não reprova, perdoa.

 

Aprende a se omitir,

Dando valor aos outros.

 

Quem ama reina sempre

Porque reina com Deus.

 

(De “Centelhas”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel)

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Capítulo 05 – TRABALHO

Quem não se envolve pessoalmente com alguma espécie de trabalho não progride.

A finalidade do trabalho que executamos é a de fazer-nos crescer interiormente, desenvolvendo as nossas potencialidades embrionárias.

Em quem trabalha por simples obrigação, em busca do pão de cada dia, o trabalho opera muito lentamente.

Quanto mais o espírito se conscientiza de sua necessidade de trabalhar, passando a servir aos semelhantes por livre iniciativa, mais ele avança na senda do aperfeiçoamento.

Quem já consegue dar de si mesmo aos outros encontra-se num estágio superior ao daquele que dá no que retém consigo, sem que, no entanto, nada lhe pertença.

O salário com que o trabalho enobrecedor nos remunera é muito maior do que o que recebemos em paga pelo suor que derramamos.

É no serviço do bem que o espírito se fortalece e aprende a conhecer-se com mais segurança, aceitando-se tal e qual é, em transição para o que deve vir a ser.

Feliz de quem serve pela alegria de servir.

Toda tarefa em benefício dos semelhantes, por pequenina que seja, é de grande significado espiritual para quem a executa.

Nunca nos sintamos limitados para cooperar nas boas obras.

Com o discernimento presidindo todas as nossas ações, estejamos certos de que no trabalho do bem não existe excesso e nem cansaço.

 

Irmão José/Carlos A. Baccelli  - Do livro LIÇÕES DA VIDA, Ed. Didi

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

INSISTAMOS NO BEM

 

       Alguém recusou a verdade e a bênção de que te fizeste mensageiro?

       Insiste ainda.

       Não abandones o ensejo de estender o bem.

       Não profiras palavra de maldição, não acuses, não critiques.

       Cada criatura vive no centro de problemas nem sempre acessíveis ao nosso primeiro olhar.

       Persevera nas demonstrações de bondade e compreensão.

       É possível que a tua frase contundente fira o próximo.

       Ministremos a cada doente o remédio que lhe corresponde.

       O sorriso de fraternidade, a ajuda silenciosa, a humildade sem alarde, a flor da gentileza e o gesto amigo cabem, prodigiosamente, em qualquer parte.

       Acima do “convencer”, permanece o “auxiliar”.

       Ao grelo tenro não se pedem os frutos da árvore venerável e do vinagre compacto não se deve esperar a corrente de mel.

       Aproveitemos o tempo, espalhando o amor com que o Cristo nos dotou os corações.

       É possível que o veio de ouro esteja profundo na montanha da ignorância e da maldade...

       Insistamos, porém, e lavremos a terra, penetrando-lhe os recessos, sem ruído e sem ofensa.

       Dificuldades incontáveis ocultam, ainda hoje, a visão da riqueza escondida?

       Não importa.

       Amanhã, o sol reaparecerá, outra vez, no horizonte, a chuva da divina misericórdia terá lavado os detritos do solo e atingiremos a glória da realização.

       Atende ao bem, agora, em paz, hoje e amanhã, aqui e onde estiveres, porque Jesus igualmente persiste nele e prometeu que o Reino da Luz será conferido a quantos saibam perseverar até o fim.

 

(De “Nosso Livro”, de Francisco Cândido Xavier – Espíritos diversos – Emmanuel)

 

quinta-feira, 14 de julho de 2016

LEMBRANÇA FRATERNAL AOS ENFERMOS


                   
     Queres o restabelecimento da saúde do corpo e isso é justo.
     Mas, atende ao que te lembra um amigo que já se vestiu de vários corpos e compreendeu, depois de longas lutas, a necessidade da saúde espiritual.
     A tarefa humana já representa, por si, uma oportunidade de reerguimento aos espíritos enfermos. Lembra-te, pois, de que tua alma está doente e precisa curar-se sob os cuidados de Jesus, o nosso Grande Médico.
     Nunca pensaste que o Evangelho é uma Receita Geral para a humanidade sofredora?
     É muito importante combater as moléstias do corpo; mas, ninguém conseguirá eliminar efeitos quando as causas permanecem.
     Usa os remédios humanos, porém, inclina-te para Jesus e renova-te, espiritualmente, nas lições de seu amor.
     Recorda que Lázaro, não obstante voltar do sepulcro, em sua carne, pela poderosa influência do Cristo, teve de entregar seu corpo ao túmulo, mais tarde. O Mestre chamava-o a novo ensejo de iluminação da alma imperecível, mas não ao absurdo privilégio da carne imutável.
     Não somos as células orgânicas que se agrupam, a nosso serviço, quando necessitamos da experiência terrestre. Somos espíritos imortais e esses microrganismos são naturalmente intoxicados, quando os viciamos ou aviltamos, em nossa condição de rebeldia ou de inferioridade.
     Os estados mórbidos são reflexos ou resultantes de nossas vibrações mais íntimas.
     Não trates as doenças com pavor e desequilíbrio das emoções. Cada uma tem sua linguagem silenciosa e se faz acompanhar de finalidades específicas.
     A hepatite, a indigestão, a gastralgia, o resfriado são ótimos avisos contra o abuso e a indiferença. Por que preferes bebidas excitantes, quando sabes que a água é a boa companheira, que lava os piores detritos humanos? Por que o excesso dos frios no verão e a demasia de calor nos tempos de inverno? Acaso ignoras que o equilíbrio é filho da sobriedade? O próprio irracional tem uma lição de simples impulso, satisfazendo-se com a sombra das árvores na secura do estio e com a benção do sol nas manhãs hibernais. Pela tua inconformação e indisciplina, desordenas o fígado, estragas os órgãos respiratórios, aborreces o estômago. Observamos, assim, que essas doenças-avisos se verificam por causas de ordem moral. Quando as advertências não prevalecem, surgem as úlceras, as congestões, as nefrites, os reumatismos, as obstruções, as enxaquecas. Por não se conformar o homem, com os desígnios do Pai que criou as leis da natureza como regulamentos naturais para a sua casa terrestre, submete as células que o servem ao desregramento, velha causa de nossas ruínas.
     E que dizermos da sífilis e do alcoolismo procurados além do próprio abuso?
     Entretanto, no capítulo das enfermidades que buscam a criatura, necessitamos considerar que cada uma tem sua função justa e definida.
     As moléstias dificilmente curáveis, como a tuberculose, a lepra, a cegueira, a paralisia, a loucura, o câncer, são escoadouros das imperfeições.
     A epidemia é uma provação coletiva, sem que essa afirmativa, no entanto, dispense o homem do esforço para o saneamento e higiene de sua habitação. Há dores íntimas, ocultas ao público, que são aguilhões salvadores para a existência inteira. As enfermidades oriundas dos acidentes imprevistos são resgates justos. Os aleijões são parte integrante das tabelas expiatórias. A moléstia hereditária assinala a luta merecida.
     Vemos, portanto, que a doença, quando não seja a advertência das células queixosas do tirânico senhor que as domina, é a mensageira amiga convidando a meditações necessárias.
     Desejas a cura; é natural. Mas, precisas tratar-te a ti mesmo para que possas remediar ao teu corpo. Nos pensamentos ansiosos, recorre ao exemplo de Jesus. Não nos consta que o Mestre estivesse algum dia de cama; todavia, sabemos que ele esteve na cruz. Obedece, pois, a Deus e não te rebeles contra os aguilhões. Socorre-te do médico do mundo ou de teu irmão do plano espiritual, mas, não exijas milagres, que esses benfeitores da terra e do céu não podem fazer. Só Deus te pode dar acréscimo de misericórdia, quando te esforçares por compreendê-lo.
     Não deixes de atender às necessidades de teus órgãos materiais que constituem a tua vestimenta no mundo; mas, lembra-te do problema fundamental que é a posse da saúde para a vida eterna. Cumpre teus deveres, repara como te alimentas, busca prever antes de remediar e, pelas muitas experiências dolorosas que já vivi no mundo terrestre, recorda comigo aquelas sábias palavras do Senhor ao paralítico de Jerusalém:
     - "Eis que já estás são, não peques mais, para que não te suceda alguma coisa pior."
      
        Pelo Espírito Emmanuel. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
        Livro: Coletânea do Além. Lição nº 56. Página 125.
Extraída do Reformador de setembro de 1941. O Reformador é uma publicação da Federação Espírita Brasileira - FEB, fundada em 1883.

VOZES DO ESPÍRITO



Deus é meu Pai.
A Natureza é minha Mãe.
O Universo é meu Caminho.
A Eternidade é meu Reino.
A imortalidade é minha Vida.
A Mente é meu Lar.
O Coração é meu Templo.
A Verdade é meu Culto.
O Amor é minha Lei.
A Forma em si minha Manifestação.
A Consciência é meu Guia.
A Paz é meu Abrigo.
A Experiência é minha Escola.
O Obstáculo é minha Lição.
A Dificuldade é meu Estímulo.
A Alegria é meu Cândido.
A Dor é meu Aviso.
A Luz é minha Realização.
O Trabalho é minha Benção.
O Amigo é meu Companheiro.
O Adversário é meu Instrutor.
O Próximo é meu Irmão.
A Luta é minha Oportunidade.
O Passado é minha Advertência.
O Presente é minha Realidade.
O Futuro é minha Promessa.
O Equilíbrio é minha Atitude.
A Ordem é minha Senha.
A Beleza é meu Ideal.
A Perfeição é meu Destino.

O Espírito.
(Mensagem psicografada por Francisco Cândido Xavier em reunião íntima de preces, em Belo Horizonte.
O mensageiro que a escreveu e que se apresentou num ambiente de grande elevação não se identificou,
assinado e comunicado apenas com as palavras “O Espírito”)

domingo, 29 de maio de 2016

VEJAMOS  ISSO

 

“Porque o Cristo me enviou, não para batizar,

mas para evangelizar;

não em saboaria de palavra,

para que a cruz do Cristo se não faça vã.”

Paulo (I Coríntios, 1:17)

 

       Geralmente, quando encarnados, sentimos vaidoso prazer em atrair o maior número de pessoas para o nosso modo de crer.

       Somos invariavelmente bons pregadores e eminentemente sutis na criação de raciocínios que esmaguem os pontos de vista de quantos nos não possam compreender no imediatismo da luta.

       No primeiro pequeno triunfo obtido, tornamo-nos operosos na consulta aos livros santos, não para adquirir mais vasta iluminação e, sim, com o objetivo de pesquisar as letras humanas das divinas escrituras, buscando acentuar as afirmativas vulneráveis de nossos opositores.

       Se católicos romanos, insistimos pela observância de nossos amigos à frequência da missa e dos sacramentos materializados; se adeptos das igrejas reformadas, exigimos o comparecimento geral ao culto externo; e, se espiritistas, buscamos multiplicar as sessões de intercâmbio com o plano invisível.

       Semelhante esforço não deixa de ser louvável em algumas de suas características, todavia, é imperioso recordar que o aprendiz do Evangelho, quando procura sinceramente compreender o Cristo, sente-se visceralmente renovado na conduta íntima.

       Quando Jesus penetra o coração de um homem, converte-o em testemunho vivo do bem e manda-o a evangelizar os seus irmãos com a própria vida e, quando um homem alcança Jesus, não se detém, pura e simplesmente, na estação das palavras brilhantes, mas vive de acordo com o Mestre, exemplificando o trabalho e o amor que iluminam a vida, a fim de que a glória da cruz não se faça vã.

 

(De “Pão Nosso”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel)

 

sexta-feira, 27 de maio de 2016

As Faces da verdade  

      As crianças tagarelavam animadamente enquanto a professora preparava a sala para começar a atividade do dia.

      Em silêncio, ela arrumou as cadeiras das crianças e a sua própria em círculo e no meio colocou uma caixa forrada com um papel bastante colorido.

      Sua atitude despertou a curiosidade dos alunos que, sentados em círculo, pouco a pouco, pararam de conversar, interessados no que poderia haver ali.

      Afinal, era um objeto diferente.

      Embora originariamente tivesse sido uma simples caixa de sapatos, foi tornada especial e interessante pelo papel colorido que a forrava e pelos variados desenhos que cobriam todos os lados.

      Cada um de vocês, sem sair do lugar onde está, nem falar com os colegas, deverá relacionar os desenhos que veem estampados na caixa. Orientou a professora.

      Em silêncio, os alunos passaram a anotar em uma folha o que conseguiam ver.

      Logo em seguida, a professora pediu para uma das crianças:

      Leia, por favor, o que você vê desenhado na caixa.

      Há uma bola, um lápis e uma flor amarela.  Respondeu prontamente uma garotinha.

      Passando a olhar para a criança que estava exatamente na frente daquela que havia falado, a professora perguntou:

      A sua lista coincide com a de sua colega?

      Não.  Respondeu um pouco desconfiado o menino a quem havia sido dirigida a palavra. Eu vejo desenhados na caixa um pião, um carrinho e uma laranja.

      Pois, bem. disse a professora, olhando para os demais alunos. Quem dos nossos colegas está com a razão?

      E um grande burburinho se estabeleceu.

      As crianças começaram a falar simultaneamente, cada qual dizendo o que via, o que não coincidia com o que os demais falavam.

      Passado apenas um instante, a professora reassumiu a palavra, pedindo silêncio e explicando a questão.

      Imaginem que a caixa que vocês estão vendo é a verdade.

      Cada qual consegue apenas visualizar um ângulo da caixa.

      Não é possível saber o que o colega que está sentado à sua frente pode ver.

      Tampouco qualquer de vocês sabe qual é o desenho que há na parte debaixo. Disse ela, erguendo a caixa e mostrando que, também na parte inferior, havia uma bela figura estampada.

      *   *   *

      A verdade é única e incapaz de se amoldar aos interesses individuais.

      Ela exige, porém, que cada um busque ângulos diferentes, conhecimentos mais amplos, para que possa estabelecer um juízo mais seguro a respeito de qualquer assunto.

      Acreditar que apenas o nosso ponto de vista está correto pode provocar discórdias e equívocos.

      Nossa percepção, por vezes, está limitada a apenas uma das diversas faces da caixa, um dos vários aspectos da verdade.

      Afinal, normalmente, cada qual vê apenas uma face da mesma caixa.

      Ao invés de crermos que somos os donos da verdade, cabe-nos a humildade e a sabedoria de tentar entender os motivos que fazem os outros se posicionarem de forma tão diferente da nossa.

      Quando Jesus nos disse que a verdade será motivo de nossa libertação, Ele não se referia às verdades parciais que cada um estabelece para si próprio.

      Mas sim, à verdade plena e incorruptível, à qual somente teremos condições de alcançar quando abandonarmos de vez o orgulho que entorpece nossos sentidos e cega nossa razão.

       

      Redação do Momento Espírita.