sábado, 12 de março de 2016

DIANTE DO AMANHÃ


“O Céu e o Inferno”, de Allan Kardec, Cap. I, item 1.

       Compreendemos, sim, todos os teus cuidados  no mundo, assegurando a tua tranquilidade.
       Organizas com esmero a casa em que vives.
       Proteges as vantagens imediatas da parentela.
       Preservas, apaixonadamente, a segurança dos filhos.
       Atendes, com extremado carinho, ao teu grupo social.
       Valorizas o que possuis.
       Arranjas habilmente o leito calmo.
       Selecionas, com fino gosto, os pratos do dia.
       Defendes, como podes, a melhoria das tuas rendas.
       Aspiras a conquistar salário mais amplo.
       Garantes o teu direito, à frente dos tribunais.
       Vasculhas avidamente o noticiário do que vai pelo mundo.
       Sabes procurar, com pontualidade e respeito, os serviços do médico e os préstimos do dentista.
       Marcas horário para o cabeleireiro.
       Escolhes com devoção o filme que mais te agrada.
       Examinas a moda, ainda mesmo com simplicidade e moderação, como quem obedece à força de um ritual.
       Questionas sucessos políticos.
       Discutes, veemente, os serviços públicos.
       Tentas, de maneira instintiva, influenciar opiniões e pessoas.
       Desvelas-te em atrair a simpatia dos companheiros.
       Observas, a cada instante, as condições do tempo, como se trouxesses, obrigatoriamente, um barômetro na cabeça.
-0-
       Tudo isso, meu irmão da Terra, é compreensível, tudo isso é preocupação natural da existência.
       No entanto, não conseguimos explicar o teu desvairado apego às ilusões de superfície, 
nem entendemos porque não dedicas alguns minutos de cada dia, de cada semana ou de cada mês, a refletir na transitoriedade dos recursos humanos, 
reconhecendo que nada levarás, materialmente, do plano físico, 
tanto quanto, afora os bens do espírito, nada trouxeste ao pousar nele.
       Ainda assim, não te convidamos à ideia obcecante da morte, porquanto a morte é sempre a vida noutra face. 
Desejamos tão-somente destacar que, nessa ou naquela convicção, ninguém fugirá do porvir.
       Disse o Cristo: “andai enquanto tendes luz”.
       Isso quer dizer que é preciso aproveitar a luz do mundo, para fazer luz em nós.

(Francisco Cândido Xavier/Emmanuel. In: Justiça Divina)

 

 

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