quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

CARTA DE ANO NOVO

Ano Novo é também oportunidade de aprender, trabalhar e servir. O tempo como paternal amigo, como que se reencarna no corpo do calendário, descerrando-nos horizontes mais claros para necessária ascensão.

Lembra-te de que o ano em retorno, é novo dia a convocar-te para a execução de velhas promessas que ainda não tivestes a coragem de cumprir.

Se tens inimigos faze das horas renascer-te o caminho da reconciliação.

Se foste ofendido, perdoa, a fim de que o amor te clareie a estrada para frente.

Se descansaste em demasia, volve ao arado de tuas obrigações e planta o bem com destemor para a colheita do porvir.

Se a tristeza te requisita esquece-a e procura a alegria serena da consciência tranquila no dever bem cumprido.

Ano Novo! Novo Dia!

Sorri para os que te feriram e busca harmonia com aqueles que te não entenderam até agora.

Recorda que há mais ignorância que maldade em torno de teu destino.

Não maldigas nem condenes.

Auxilia a acender alguma luz para quem passa ao teu lado, na inquietude da escuridão.

Não te desanimes nem te desconsoles.

Cultiva o bom ânimo com os que te visitam dominados pelo frio do desencanto ou da indiferença.

Não te esqueças de que Jesus jamais se desespera conosco e, como que oculto ao nosso lado, paciente e bondoso, repete-nos de hora a hora: - Ama e auxilia sempre. Ajuda aos outros amparando a ti mesmo, porque se o dia volta amanhã, eu estou contigo, esperando pela doce alegria da porta aberta de teu coração.

(Emmanuel/XAVIER, Francisco Cândido. Vida e Caminho. Espíritos Diversos. GEEM)

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

VENCER O MAL

 

Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem.”

 – Paulo. (Romanos, 12:21.)

 

Comumente empregamos a expressão “guerrear o mal”, como se bastassem nossas atitudes mais fortes para exterminá-lo e vencê-lo.

Sem dúvida, semelhante conceituação não é de todo imprópria, porque, em muitas circunstâncias, para limitá-lo não podemos dispensar vigilância e firmeza.

Ainda assim, muitas vezes, zurzindo-lhe as manifestações com violência, criamos outros males a se expressarem através de feridas que apenas o bálsamo do tempo consegue cicatrizar.

O apóstolo, contudo, é claro na fórmula precisa ao verdadeiro triunfo.

“Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem”.

Perseguir, quase sempre, é fomentar.

O melhor processo de extinguir a calúnia e a maledicência é confiar nosso próprio verbo à desculpa e à bondade. O recurso mais eficiente contra a preguiça é o nosso exemplo firme no trabalho constante. O meio mais seguro de reajustar aqueles que desajudam ao próximo é ajudar incessantemente. O remédio contra a maldição é a bênção. Os antídotos para o veneno da injúria são a paz do silêncio e o socorro da prece.

Por isso mesmo, Jesus ensinou:

“Amai os vossos inimigos.

Bendizei os que vos maldizem.

Orai por aqueles que vos maltratam e caluniam.

Perdoai setenta vezes sete.

Ofertai amor aos que vos odeiam”.

Podemos, pois, muitas vezes, combater o mal para circunscrever-lhe a órbita de ação, mas a única maneira de alcançar a perfeita vitória sobre ele será sempre a nossa perfeita consagração ao bem irrestrito.

 

(Francisco Cândido Xavier por Emmanuel. In: Palavras de Vida Eterna)

 

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

ORANDO NO NATAL


    Senhor!
    Enquanto vibram as emoções festivas e muitos homens se banqueteiam, evocando aquele Natal que Te trouxe à Terra, recolhemo-nos em silêncio para orar.

    Há tanta dor no mundo, Senhor!

    Os canhões calam os seus troares, momentaneamente, as bombas destruidoras cessam de cair por alguns instantes, nos países em guerra, enquanto nós oramos pelos que mercantilizam vidas, fomentando conflitos e beligerâncias outras;

    pelos que escorcham as populações esfaimadas sob leis impiedosas e escravizantes;

    pelos que se comprazem, como se fossem abutres em forma humana, com a renda nefanda das casas do comércio carnal;

    pelos que exploram os vícios e acumulam usuras com o fruto da alucinação dos obsidiados ignorantes da própria enfermidade;

    pelos que malsinam moçoilas e rapagotes inexperientes, deslumbrados com o fastígio mentiroso da ilusão;

    pelos que difundem a literatura perversa e favorecem a divulgação da criminalidade;

    pelos que fazem enlouquecer, através dos processos escusos, decorrentes da cultura que perverte mentes e corações;

    pelos que se locupletam com as moedas adquiridas mediante o infanticídio hediondo; pelos que dormem para a dignidade e sorriem nos pesadelos do torpor moral, que os invadem!

    Senhor!

    Diante das crianças tristonhas e dos velhinhos estropiados, dos enfermos ao abandono e dos atormentados à margem da sociedade, lembramo-nos de rogar por todos eles, mas não nos esquecemos de Te suplicar pelos causadores da miséria e do infortúnio.

    "Não sabem o que fazem!" - perdoa-os, Senhor!

    Neste Natal, evocando o momento em que as Altas Esferas seguiram contigo à Terra, até o singelo recinto de animais, para o Teu mergulho na névoa dos homens, esparze, novamente, misericórdia e esperança para todos, a fim de que o Ano Novo seja, para sofredores e responsáveis pelo sofrimento, a antemanhã da Era do Espírito Imortal, de que Te fizeste paradigma após o martírio da Cruz.

(Divaldo Pereira Franco/Joanna de Ângelis. Em: Celeiro de Bênçãos)

domingo, 27 de dezembro de 2015

DEFENDA-SE

Não converta seus ouvidos num paiol de boatos.
A intriga é uma víbora que se aninhará em sua alma.

Não transforme seus olhos em óculos da maledicência.
As imagens que você corromper viverão corruptas na tela de sua mente.

Não faça de suas mãos lanças para lutar sem proveito.
Use-as na sementeira do bem.

Não menospreze suas faculdades criadoras, centralizando-as nos prazeres fáceis.
Você responderá pelo que fizer delas.

Não condene sua imaginação às excitações permanentes.
Suas criações inferiores atormentarão seu mundo íntimo.

Não conduza seus sentimentos à volúpia de sofrer.
Ensine-os a gozar o prazer de servir.

Não procure o caminho do paraíso, indicando aos outros a estrada para o inferno. 
A senda para o Céu será construída dentro de você mesmo.

André Luiz/Chico Xavier; Livro: Agenda Cristã, cap.41


sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

N A T A L 


 
 
Recordando Jesus, 
Divide o teu pão. 
 
Acende luminárias 
De esperança e de paz. 
 
No entanto, não te esqueças 
Da bondade constante... 
 
Socorre a quem precisa 
Sem ter dia nem hora. 
 
Deixar para mais tarde 
É prolongar a dor. 
 
Faze de tua vida 
Natal a todo instante. 
 
          
(Irmão José/Carlos A. Baccelli . Livro: PÃO DA ALMA) 

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

SIGA FELIZ

Viva em paz com a sua consciência...

Sempre que você se compare com alguém, evite orgulho e desprezo, reconhecendo que em todos os lugares existem criaturas, acima ou abaixo de sua posição.

Consagre-se ao trabalho que abraçou realizando com ele o melhor que você possa, no apoio ao bem comum.

Trate o seu corpo na condição de primoroso instrumento, ao qual se deve a maior atenção no desempenho da própria tarefa.

Ainda que se veja sob graves ofensas, não guarde ressentimento, observando que somos todos, os espíritos em evolução na Terra, suscetíveis de errar.

Cultive sinceridade com bondade para que a franqueza agressiva não lhe estrague belos momentos no mundo.

Procure companhias que lhe possam doar melhoria de espírito e nobreza de sentimentos.

Converse humanizando ou elevando aquilo que se fala.

Não exija da vida aquilo que a vida ainda não lhe deu, mas siga em frente no esforço de merecer a realização dos seus ideais.

E, trabalhando e servindo sempre você obterá prodígios, no tempo, com a bênção de Deus.

 (André Luiz/ Francisco C. Xavier, Livro “Momentos de Ouro”,)

domingo, 13 de dezembro de 2015

SINAL DE AMOR


“E saíram os fariseus e começaram a disputar com ele, pedindo-lhe, para o tentarem, um sinal do céu”. (Marcos 8:11)

            No Espiritismo cristão, de quando a quando, aparecem aprendizes do Evangelho sumamente interessados em atender a certas solicitações, no capítulo dos fenômenos psíquicos.
            Buscam sinais tangíveis, incontestáveis. Mas, na maioria das vezes, o movimento não passa de repetição do gesto dos fariseus antigos. Médiuns e companheiros outros não se precatam de que os pedidos de demonstrações do céu são formulados por tentação. Há ilações lógicas no assunto, que cabe não desprezar.
            Se um espírito permanece encarnado na Terra como poderá fornecer sinais de Júpiter? Se as solicitações dessa natureza endereçadas ao próprio Cristo fossem consideradas como gênero de tentação ao Mestre, pelo Evangelho, com que direito poderão impô-las os discípulos novos aos seus amigos do invisível? Ao contrário disto, os aprendizes fiéis devem estar preparados ao fornecimento de demonstrações da Terra. É justo que o cristão não possa projetar uma tela mágica sobre as nuvens errantes, mas pode revelar como exerce o ministério da fraternidade no mundo. Nunca desdobrará a paisagem total onde se movimentam os seres invisíveis, mas está habilitado a prestar colaboração nos esclarecimentos dos homens do porvir.
            Quem solicite os sinais do céu pode ser ignorante e portador de má fé; entretanto, os que tentem satisfazê-los  andam muito distraídos do que aprenderam com o Cristo. Se te requisitam demonstrações estranhas podes replicar, com segurança, que não estás designado à produção de maravilhas e explicar a teu irmão que permaneces determinado a aprender com o Mestre, a fim de ofereceres à Terra o teu sinal de amor e luz, firme na fé, por não sucumbires às tentações.

(Francisco Cândido Xavier/Emmanuel. Em: Segue-me!...)

domingo, 6 de dezembro de 2015

Convite à Felicidade

 

"O meu reino não é deste mundo."

(João: capítulo 18º, versículo 36)

 

Desnecessária a fortuna a fim de frui-la.

Secundária a juventude de modo a gozá-la.

Dispensável o poder para experimentá-la.

A felicidade independe dos valores externos, sempre transitórios, sem maior significação, além daquela que se lhes atribuem

Quando na velhice, o homem repassa as evocações, os sucessos e lamenta a juventude vencida.

Na enfermidade, considera os tesouros da saúde e sofre-lhe a ausência.

Diante da constrição da pobreza lembra as dádivas das moedas e experimenta amargura por não as possuir.

Sob condições de dependência, padece não ser forte no mundo dos negócios ou da política, deixando-se afligir desnecessariamente.

Acicatado por problemas morais, angustia-se ao verificar o júbilo alheio daqueles que transitam guindados a situações de destaque ou exibindo sorrisos de tranquilidade.

Isto por ignorar o testemunho de aflição que cada um deve doar no panorama da evolução inadiável, de que ninguém se pode eximir.

Felicidade é construção demorada, que se realiza interiormente a tributo de laboriosa ação sacrificial.

Sem características externas, a seu turno, quando invade o ser, exterioriza-se qual luz brilhante aprisionada em redoma de delicado cristal...

Mesmo quando o homem consegue adicionar a juventude, o poder, a fortuna e a saúde aparente a felicidade não está implicitamente com ele.

Por essa razão, lecionou Jesus que o Seu Reino não é deste mundo, como a corroborar que a felicidade não pode ser encontrada na Terra, por ser ainda o Orbe o domicílio expiatório e de provações onde todos forjamos a felicidade real, que virá só futuramente.

Realiza o teu quinhão de dever com devotamento e faze sempre o melhor a fim de que o aplauso da consciência tranqüila te conduza ao pórtico da felicidade real.

Não te exasperes face à desdita aparente. Nem te apegues ao júbilo momentâneo também ilusório.

De tudo e todos os estados retira o proveito da aprendizagem e, assim fazendo, a pouco e pouco perceberás que a felicidade é consequência da autoiluminação libertadora, como decorrência do amor exercido em plenitude fraternal.

 

FRANCO, Divaldo Pereira. Convites da Vida. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 23

 

O significado do Natal

      

     Ei, você, aonde vai com tanta pressa?

     Eu sei que você tem pouco tempo...

     Mas, será que poderia me dar uns minutos da sua atenção?

     Percebo que há muita gente nas ruas, correndo como você.

     Para onde vão todos?

     Os shoppings estão lotados...

     Crianças são arrastadas por pais apressados, em meio ao torvelinho...

     Há uma correria generalizada...

     Alimentos e bebidas são armazenados...

     E os presentes, então? São tantos a providenciar...

     Entendo que você tenha pouco tempo.

     Mas, qual é o motivo dessa correria?

     Percebo, também, luzes enfeitando vitrines, ruas, casas, árvores...

     Mas, confesso que vejo pouco brilho nos olhares...

     Poucos sorrisos afáveis, pouca paciência para uma conversa fraternal...

     É bonito ver luzes, cores, fartura...

     Mas seria tão belo ver sorrisos francos...

     Apertos de mãos demorados...

     Abraços de ternura...

     Mais gratidão...

     Mais carinho...

     Mais compaixão...

     Talvez você nunca tenha notado que há pessoas que oferecem presentes por mero interesse...

     Que há abraços frios e calculistas...

     Que familiares se odeiam, sem a mínima disposição para a reconciliação.

     Mas, porque você me emprestou uns minutos do seu precioso tempo, gostaria de lhe perguntar novamente: Para que tanta correria?

     Em meio à agitação, sentado no meio-fio, um mendigo, ébrio, grita bem alto: Viva Jesus. Feliz Natal!

     E os sóbrios comentam: É louco!

     E a cidade se prepara... Será Natal.

     Mas, para você que ainda tem tempo de meditar sobre o verdadeiro significado do Natal, ouso dizer:

     O Natal não é apenas uma data festiva, é um modo de viver.

     O Natal é a expressão da caridade...

     E quem vive sem caridade desconhece o encanto do mar que incessantemente acaricia a praia, num vai-e-vem constante...

     Natal é fraternidade...

     E a vida sem fraternidade é como um rio sem leito, uma noite sem luar, uma criança sem sorriso, uma estrela sem luz.

     Mas o Natal também é união...

     E a vida sem união é como um barco furado, um pássaro de asas quebradas, um navegante perdido no oceano sem fim.

     E, finalmente, o Natal é pura expressão de amor...

     E a vida sem amor é desabilitada para a paz, porque em sua intimidade não sopra a brisa suave do amanhecer, nem se percebe o cenário multicolorido do crepúsculo.

     Viver sem a paz é como navegar sem bússola em noite escura... É desconhecer os caminhos que enaltecem a alma e dão sentido à vida.

     Enfim, a vida sem amor... Bem, a vida sem amor é mera ilusão.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Convite à Calma



"Não resistais ao mal que vos queiram fazer."
(Mateus: capítulo 5º, versículo 39)

O espinho do ciúme vence-a; o estilete da ira dilacera-a; o ácido da inveja corroe-a, os vapores do ódio enlouquecem-na; a agressão da calúnia despedaça-a; o tóxico da maledicência perturba-a; a rama da suspeita inquieta-a; o petardo da censura fere-a; as carregadas tintas do pessimismo tisnam-na se o cristão decidido não se resolve mantê-la a qualquer preço.
Não importa que exsudes, agoniado, em quase colapso periférico, ou estejas com a pulsação alterada, ou, ainda, sofras o travo do amargor nos lábios. Imprescindível não precipitares atitudes, nem conclusões aligeiradas, nem desesperações injustificáveis.
Não nos reportamos à posição inerme, à aparência, pois o pântano que parece tranquilo é abismo, reduto de miasmas e morte traiçoeira.
Aludimos a um espírito confiante, fixado nas diretrizes do Cristo, sem receios íntimos, sem ambições externas. Equilibrado pela reflexão, possuidor de probidade pela ponderação.
Calma significa segurança de fé, traduzindo certeza sobre a Justiça Divina.
Ante o dominador tíbio que lavava as mãos, em referência à Sua vida, Jesus se fez o símbolo da calma integral e da absoluta certeza da vitória da verdade.
Cultiva, portanto, os sentimentos e mantém os propósitos edificantes. Perceberás, surpreso, que as atitudes dos maus não te atingirão, facultando-te através da calma não resistir ao mal que te queiram fazer, conforme lecionou o Senhor, porquanto a integridade da fé em exteriorização de calma dar-te-á forças para vencer as próprias limitações e prosseguir resolutamente, em qualquer circunstância.


FRANCO, Divaldo Pereira. Convites da Vida. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 5

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Convite ao Desprendimento


"Não ajunteis para vós tesouros na terra,
onde a traça e a ferrugem os consomem,
e onde os ladrões penetram e roubam..."
(Mateus: capítulo 6º, versículo 19)

Desprendimento na qualidade de desapego, não de estroinice nem dissipação.
Todo e qualquer motivo que ata à retaguarda sob condicionamentos retentivos se transforma em cadeia escravizante.
Os objetos a que o homem se apega valem os preços que lhes são emprestados, constituindo-se elos a impedirem o avanço do possuidor, na direção do futuro...
Desapego, portanto, em forma de libertação do liame pessoal egoístico e tormentoso que constitui presídio e patíbulo para quem se fixa negativamente como para aquele que se faz sua vítima afetiva.
Libertar-se das aflições constritivas, asfixiantes, para marchar com segurança.
Doa com alegria quanto possas, generosamente.
O que distribuis com equilíbrio e lucidez multiplica-se, o que reténs reduz-se.
Abundância, como excesso engendram miséria e loucura.
Distende assim, mão generosa na alfândega da fraternidade, mas libera-te da emotividade desregrada, da posse afetuosa a objetos, animais e pessoas, porquanto mais carinhos que te mereçam, mais devoção que lhes dês, chegará o dia de atravessares o portal do túmulo, fazendo-o em soledade, livre de amarras ou jungido ao que se demorará, a desgastar-se pela ferrugem, pelo azinhavre, corroído ou simplesmente em trânsito por outras mãos ante a tua tormentosa impossibilidade de reter e interferir.

FRANCO, Divaldo Pereira. Convites da Vida. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 12


terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Monumentos Vivos de Fé

 

    Amar sem exigir compensação.

    Colaborar para o bem nos lugares onde o mal se nos afigure  solidamente instalado.

    Aguardar sempre o melhor, ainda mesmo nas piores situações.

    Compreender os cooperadores das tarefas em que estejamos, quando se afastam de nós, doando-lhes tranquilidade, com as nossas expressões  de simpatia e entendimento, a fim de que se sintam livres de  quaisquer compromissos.

    Sofrer e chorar, quando as provações da existência a isso nos induzam, mas prosseguir trabalhando e servindo sempre.

    Desculpar ofensas, com a certeza de que os erros dos outros poderiam ser nossos.

    Não nos queixarmos de ninguém.

    Respeitar a liberdade alheia.

    Abençoar e auxiliar, sem exigências, a todos aqueles que não nos aceitem os princípios e nem pensem por nossa cabeça.

    Repetir indefinidamente, esta ou aquela prestação de serviço, com inteiro esquecimento de nossos próprios interesses.

    Sabemos que o progresso da ciência, na atualidade da Terra, levanta máquinas e realizações admiráveis que assombram a vida comunitária, mas não podemos esquecer que a fé constrói prodígios, na área dos sentimentos, prodígios que não compramos em supermercados e nem podemos pedir ao mais eficiente computador.

 

(Francisco Cândido Xavier por Emmanuel. In: Confia e Segue)

 

domingo, 29 de novembro de 2015

Convite à Compaixão

 

"Jesus, Mestre, tem compaixão de nós."

(Lucas: capítulo 17º, versículo 14)

 

São poucos os que a cultivam.

Há a alegação generalizada de que todo aquele que se apieda, sofre desnecessariamente, e depois não há qualquer compensação. Logo se recupera o que ora padece e este retribui a generosidade, o auxílio, com a torpe ingratidão.

Que te importa, porém, se o ingrato for o outro? Não se renova a árvore após a poda, produzindo em abundância e o solo revolvido, não aceita melhor a semente?

O essencial é que sejas partícipe ativo da renovação social e espiritual da Terra.

Para esse mister não arroles dificuldades, não apontes incompreensões, não relaciones queixas.

Possivelmente não poderás fazer muito, ante a larga faixa dos que expungem, dos que padecem necessárias retificações. Dispões, no entanto, do amor, e assim enriquecido ser-te-á possível oferecer valiosas moedas de compaixão e fraternidade.

Disporás de um momento para ouvir as ânsias do espírito atribulado e ofereceres o roteiro seguro do Evangelho; terás a moeda da esperança para distenderes ao desafortunado, que tudo perdeu no jogo da ilusão e agora está à borda da loucura ou do suicídio; contribuirás com a oração intercessória, quando outros recursos já não sejam utilizáveis junto ao que se permitiu colher pelas circunstâncias infelizes que ele mesmo engendrou e das quais não pode escapar; distenderás o lenço do conforto, sugerindo que o perseguidor reconsidere a atitude, pois que mais tarde será ele o perseguido; lembrarás o impositivo das leis divinas àqueles que se facultam desonestidade e torpezas morais, se tiveres compaixão..

O Mestre, apiedado daqueles leprosos, sugeriu que se apresentassem aos sacerdotes, acontecendo que, em pleno caminho, se tornaram limpos...

Todos possuímos males que nos maculam o espírito e nos maceram interiormente. Apiedando-nos do próximo, credenciar-nos-emos à compaixão do Senhor, que nos favorecerá com a oportunidade de nos limparmos pelo caminho, também, antes de nos apresentarmos à Lei.

 

(FRANCO, Divaldo Pereira. Convites da Vida. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 7)

                              

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Convite à Esperança

 

"Tudo suporta, tudo crê, tudo espera, tudo sofre." (1ª Epístola aos Coríntios: capítulo 13º, versículo 7.)

 

Não obstante estejam carrancudas as nuvens do teu céu, prenunciando borrasca próxima aflitiva, espera. Após a tempestade que, talvez advenha, talvez não, defrontarás dia claro pelo caminho.

Embora a soledade amarga a fazer-te sofrer fel e dor como se já não suportasses mais a lenta e silenciosa agonia, espera. Amanhã, possivelmente dois braços amigos estarão envolvendo-te e voz veludosa cantará aos teus ouvidos gentil canção...

Mesmo que tudo conspire contra os propósitos abraçados, ameaçando planos zelosamente cuidados, espera. Há surpresas que constituem interferência Divina, modificando paisagens humanas, alterando rumos considerados corretos.

Apesar de a chibata caluniosa fazer-te experimentar reproche e desconsideração, arrojando-te à rua do descrédito, espera. A verdade chega após a calamidade da intrujice para demonstrar a grandeza da sua força, renovando conceituações.

À borda do abismo do desespero, incompreendido e em sofrimento, estuga o passo e espera.

Reconsidera atitudes mentais e recomeça o labor. O futuro se consolida mediante as realizações do presente..

Esperança expressa integração no organograma da vida.

O rio muda o curso, a montanha desaparece, a árvore fenece, o grão germina, enquanto esperam... A mão grandiloquente do tempo tudo muda. O que agora parece sombras, logo mais surge e ressurge em ouro fulvo de luz.

Espera, diz o Evangelho, e ama. Espera, responde a vida, e serve. Espera, proclamam os justos, e perdoa. Espera no dever distribuindo consolo e compreensão, porquanto, a fim de que houvesse a gloriosa ascensão do Senhor, na montanha da Betânia, aconteceram a traição infame, o cerco da inveja, a gritaria do julgamento arbitrário e a Cruz odienta, que em sublime esperança o Justo transformou na excelsa catapulta para o Reino dos Céus.

 

(FRANCO, Divaldo Pereira. Convites da Vida. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 18)

 

domingo, 22 de novembro de 2015

LIBERTEMO-NOS

 

O homem, na essência, é um espírito imortal, usando a vestimenta transitória da vida física.

A existência regular no corpo terrestre é uma série de alguns milhares de dias - átomos de tempo na Imortalidade - concedidos à criatura para o aprendizado de elevação.

A Crosta do Mundo é o campo benemérito, onde cada um de nós realiza a sementeira do próprio destino.

A Ciência é o serviço do raciocínio, erguendo a escola do conhecimento.

A filosofia é o sistema de indagação que auxilia a pensar.

A religião, porém, é a bússola brilhante, indicando, desde a Terra, o caminho da ascensão.

Todos nós somos herdeiros da Sabedoria Infinita e do Amor Universal.

Entretanto, sem o arado do trabalho, com que possamos adquirir valores inalienáveis da experiência, prosseguiremos colados ao seio maternal do Planeta, na condição de lesmas pensantes.

• Não repouses à frente do dia rápido.

• Abre os ouvidos à sinfonia do bem, que se derrama em toda parte.

• Abre os olhos à contemplação da verdade que regenera e edifica.

• Abre a mente aos ideais superiores que refundem a existência.

• Abre os braços ao serviço salutar.

• Descerra o verbo à exaltação da bondade e da luz.

• Abre as mãos à fraternidade, auxiliando ao próximo.

Abre, sobretudo, o coração ao amor que nos redime, convertendo-nos fielmente em companheiros do Amigo Sublime das Criaturas, que partiu do mundo, de braços abertos na cruz, oferecendo-se à Humanidade inteira.

Cada inteligência tocada pela claridade religiosa, nas variadas organizações da fé viva, é uma estrela que ilumina os remanescentes da ignorância e do egoísmo, no caminho terrestre.

Liberta-te e sobe à luz do píncaro, a fim de iluminares a marcha daqueles mais necessitados que tu mesmo, na jornada de aperfeiçoamento e libertação.

 

(ANDRÉ LUIZ - Apostilas da Vida, cap. 2, Francisco Cândido Xavier)

 

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

SEGUINDO EM FRENTE

 

Seja qual seja o seu problema, conserve fé em Deus e fé em você mesmo, sem desistir de trabalhar...

Ninguém progride sem dificuldades a vencer.

A luta é condição para a vitória.

Não abandone os seus encargos no bem.

Não perca tempo, lembrando episódios tristes.

Desculpe qualquer ofensa.

Esqueça ressentimentos, venham de onde vierem.

Auxilie aos outros, como puder e tanto quanto puder,  no clima da consciência tranquila.

Não procure defeitos nos semelhantes...

Se você está num momento, considerado talvez, como sendo o pior de sua vida, siga adiante, com o seu trabalho, na certeza de que se hoje o céu aparece toldado de nuvens, a luz voltará no firmamento  e o dia de amanhã será melhor.

 

(ANDRÉ LUIZ - Do livro: “Tempo de Luz”, Francisco Cândido Xavier)

 

domingo, 15 de novembro de 2015

ESPERANÇA CONSTANTE

 

O pessimismo é uma espécie de taxa pesada e desnecessária sobre o zelo que a responsabilidade nos impõe, induzindo-nos à aflição inútil.

 

Atenção, sim.

 

Derrotismo, não.

Para que nos livremos de semelhante flagelo, no campo íntimo, é aconselhável desligar o pensamento, muitas vezes, colado a detalhes ainda sombrios da estrada evolutiva.

 

Para que sustente desperto o entendimento, quanto à essa verdade, recordemos as bênçãos que excedem largamente às nossas pequenas e transitórias dificuldades.

 

É inegável que o materialismo passou a dominar muita gente, perante o avanço tecnológico da atualidade terrestre: contudo existem admiráveis multidões de criaturas, em cujos corações a fé se irradia por facho resplendente, iluminando a construção do mundo novo.

 

As enfermidades ainda apresentam quadros tristes nos agrupamentos humanos; no entanto, é justo considerar que a ciência já liquidou várias moléstias, dantes julgadas irreversíveis, anulando-lhes o perigo com a imunização e com as providências adequadas.

 

Destacam-se muitos empreiteiros da guerra, tumultuando coletividades; todavia, os obreiros da paz se movimentam em todas as direções.

 

Muitos lares se desorganizam; mas outros muitos se sustentam consolidados no equilíbrio e na educação, mantendo a segurança entre os homens.

 

Grande número de mulheres se ausentam da maternidade; entretanto, legiões de irmãs abnegadas se revelam fiéis ao mais elevado trabalho feminino no Planeta, guardando-se na condição de mães admiráveis no devotamento ao grupo doméstico.

 

Os processos de violência aumentam, quase que em toda parte; ampliam-se, porém, as frentes de amor ao próximo que os extinguem.

 

Anotando as tribulações que se desdobram no Plano Físico, não digas que o mundo está perdido.

Enumera as bênçãos de Deus que enxameiam, em torno de ti.

 

E se atravessas regiões de trevas, que se te afiguram túneis de sofrimento e desolação, nos quais centenas ou milhares de pessoas perderam a noção da luz, é natural que não consigas transformar-te num sol que flameje no caminho para todos, mas podes claramente acender um fósforo de esperança.

 

(EMMANUEL - Do livro "Atenção", Francisco C. Xavier)

 

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Presentes da vida

 

      É inegável que as obrigações da vida terrena não são de pequena monta. As necessidades do cotidiano nos conduzem a inúmeras preocupações.

      Por isso, estamos sempre envolvidos com os afazeres diários, os desafios que se sucedem e as dificuldades que se apresentam a cada passo.

      Nossa casa mental está de contínuo às voltas com as coisas do cotidiano, com o bem conduzir da existência física.

      Assim, haverá dias em que nossas preocupações serão de ordem econômica, quando as contas e os compromissos financeiros tomam nossas energias e nosso tempo para a solução devida.

      Outros, serão os dias onde os problemas familiares e as relações mais íntimas serão a tônica das dificuldades, nos exigindo esforços na busca de alternativas para essa ou aquela contenda.

      Não serão raros, ainda, os dias onde as demandas estarão no campo profissional, a nos exigir constantes atualizações, reciclagem, quando não, a própria busca do emprego.

      Essas são preocupações e dificuldades naturais da vida física, que sempre serão oportunidades de aprendizado e de crescimento moral e intelectual.

      Esse é o verdadeiro sentido da vida, e essa é a proposta de Deus para cada um de nós.

      Ao nascermos, todo um planejamento, por parte da Providência Divina, já está estruturado, pensado e programado para que possamos bem aproveitar essa grandiosa viagem pelo planeta.

      Assim, a tudo isso que, costumeiramente, chamamos de problemas, dificuldades, desafios, ou ainda, as dores, decepções, são presentes que a vida nos oferece.

      É verdade que, a princípio, parece um tanto estranho dizermos que isso tudo, que todas essas coisas que muito nos consomem os dias e as energias de maneira tão intensa, sejam presentes da vida.

      Para ser um presente, pensamos, deve nos agradar, tem que ser algo útil, ou ainda, que tenha sido especialmente pensado para nós.

      Mas não é de outra forma que Deus assim age, quando nos oferece esses presentes.

      Ao entendermos que a vida é aprendizagem para o Espírito, e que nascemos para que o progresso e a melhora se façam em nossa intimidade, ela ganha um novo sentido.

      Com esse entendimento, veremos em cada dificuldade, em cada desafio, a oportunidade do crescimento íntimo.

      E perceberemos, a partir daí, que o Senhor Deus jamais busca o castigo e a reprimenda de Seus filhos, como se falsamente amasse mais a uns do que a outros.

      Dessa forma, se recebermos a visita da dificuldade, da dor, do problema aparentemente insolúvel, percebamos nisso a oportunidade do aprendizado.

      Sob a tutela de Deus, todas as nossas dificuldades foram previstas, programadas e permitidas para que nosso aprendizado se faça.

      E ainda, para que a vida não se perca nas nulidades e vazios que nada promovem a alma.

      Afinal, seremos nós mesmos, Espíritos imortais, que logo mais, quando a vida física se encerrar, retornaremos à pátria espiritual com todas as conquistas e aprendizados que esses presentes conseguiram moldar em nossa intimidade.

       

      Redação do Momento Espírita.

 

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

O problema que te preocupa talvez te pareça excessivamente amargo ao coração.
E tão amargo que talvez não possas comentá-lo, de pronto.
Às vezes, a sombra interior é tamanha que tens a idéia de haver perdido o próprio rumo.
Entretanto, não esmoreças.
Abraça o dever que a vida te assinala.
Serve e ora.
A prece te renovará energias.
O trabalho te auxiliará.
Deus não nos abandonará.
Fazê silêncio e não te queixes.
Alegra-te e espera porque o Céu te socorrerá.
Por meios que desconheces, Deus permanece agindo.
(Francisco Cândido Xavier por  Emmanuel.)

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Sua pequena dádiva

 

       Meu amigo, experimente acender uma lâmpada, por mais singela que seja, onde vija a escuridade e verá que, repentinamente, o ambiente se converterá num dia de claridade.

       Quando puder, ponha sob a terra passiva uma semente de flor e, onde a devastação tomara conta, você formará jardins e pomares.

       Busque colocar uma gota d’água onde impere a aridez e verá a terra revolvida, trabalhada, transformada, produzindo vida pela força da vitalidade saída de sua mão.

       Quando estiver diante de algum coração sofredor, aquele que padece a decepção, a enfermidade, a perseguição, a orfandade, o abandono de qualquer teor, destile-lhe, no imo do ser, a sua mensagem fraterna, fale-lhe que a vida é um estuário de oportunidades belas que não se deve releixar. Insufle-lhe todas as lições que já aprendeu ao longo da sua trajetória, de um para outro momento, mas fale-lhe de Deus, do amor, da vida abençoada.

       Acenda alegria nos corações lúgubres, desenvolva sensibilidade nas almas semi-endurecidas; afabilidade e atenção nas criaturas ásperas; as letras e a meditação na cabeça vazia e ponha a enxada nas mãos ociosas, e você verá, meu irmão, que dentro de muito pouco tempo, a Terra se converterá numa fulgurante Oficina do Bem, e o trabalho se transfará na ensancha de crescimento e de libertação para todos, a partir do gesto simples e da providência humilde que partiram de você.

Joanes

(De “Nossas Riquezas Maiores”, de J. Raul Teixeira)

 

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

O SELO DA PAZ

 

          No trânsito da vida, quando te pareçam entraves e fracassos, não te esqueças de que a paciência é o passaporte suscetível de assegurar-te livre passagem através de todas as dificuldades e travessias.

*

          Se estás doente, não será com o desespero que aproveitarás o remédio que se te administra.

*

          Se experimentaste algum desgosto, a irritação não te afastará do íntimo a nódoa de sombra.

*

          Se sofreste prejuízos de ordem material, não será parando em acusações e gritaria que conseguirás a restauração dos próprios recursos.

*

          Se atravessas incompreensões em família, de modo algum te livrarás de semelhantes atropelos, multiplicando reclamações e exigências.

*

          Se essa ou aquela pessoa querida se te mostra perturbada, a ponto de ferir-te, não será martelando-lhe o crânio que lhe traçarás o processo da cura.

*

          Cultivando paciência, no cotidiano, transportarás contigo a força capaz de vencer todos os obstáculos que, porventura, te agridam a existência.

*

          E isso acontece porque as Leis de Deus marcaram a paciência, na condição de selo da paz.

 

(Francisco Cândido Xavier por Emmanuel. In: Joia)

 

sábado, 24 de outubro de 2015

PACIFICAÇÃO

 

— “Bem-aventurados os pacificadores, porque, serão chamados filhos de Deus.” JESUS – MATEUS, 5:9.

— “Mas que queria Jesus dizer por estas palavras: “Bem-aventurados os que são brandos porque possuirão a Terra” tendo recomendado aos homens que renunciassem aos bens deste mundo e havendo-lhes prometido os do Céu?

Enquanto aguarda os bens do Céu, tem o homem necessidade dos da Terra para viver. Apenas, o que Ele lhe recomenda é que não ligue a estes últimos mais importância que nos primeiros. ” — Cap. IX, 5 de O Evangelho segundo o Espiritismo.

 

        Escutaste interrogações condenatórias, em torno do amigo ausente.

        Informaste algo, com discrição e bondade, salientando a parte boa que o distingue, e, sem colocar o assunto no prato da intriga, edificaste em silêncio, a harmonia possível.

*

        Surpreendeste pequeninos deveres a cumprir, na esfera de obrigações que te não competem.

        Sem qualquer impulso de reprimenda, atendeste a semelhantes tarefas, por ti mesmo, na certeza de que todos temos distrações lamentáveis.

*

        Anotaste a falta do companheiro.

        Esqueceste toda preocupação de censura, diligenciando substitui-lo em serviço, sem alardear superioridade.

        Assinalaste o erro do vizinho.

        Foges de divulgar-lhe a infelicidade e dispões-te a auxiliá-lo no momento preciso, sem exibição de virtude.

*

        Recebeste queixas amargas a te ferirem injustamente.

        Sabes ouvi-las com paciência, abstendo-te de impelir os irmãos do caminho às telas da sombra, trabalhando sinceramente por desfazê-las.

*

        Caluniaram-te abertamente, incendiando-te  vida.

        Toleras serenamente todos os golpes, sem animosidade ou revide e, respondendo com mais ampla abnegação, no exercício das boas obras, dissipas a conceituação infeliz dos teus detratores.

*

        Descobriste a existência de companheiros iludidos ou obsidiados que se fazem motivos de perturbação ou de escândalo, no plantio do bem ou na seara da luz.

        Decerto não lhe aplaudes a inconsciência, mas não lhe agravas o desequilíbrio, através do sarcasmo, e oras por eles, amparando-lhes o reajuste, pelo pensamento renovador.

*

        Se assim procedes, classificas-te, em verdade, entre os pacificadores abençoados pelo Divino Mestre, compreendendo, afinal, que a criatura humana, isoladamente, não consegue garantir a paz do mundo, no entanto, cada um de nós pode e deve manter a paz dentro de si.

 

(De “Livro da Esperança”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel)

 

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

HOJE SIM

Ontem passado.
Amanhã futuro.
Hoje agora.
Ontem promessa.
Amanhã probabilidade.
Hoje ação.
Ontem parecia.
Amanhã quem sabe?
Hoje sem dúvida.
Ontem anseio.
Amanhã mudança.
Hoje oportunidade.
Ontem sementeira.
Amanhã colheita.
Hoje seleção.
Ontem não mais.
Amanhã talvez.
Hoje sim.
Ontem foi.
Amanhã será.
Hoje é.
Ontem experiência adquirida.
Amanhã lutas novas.
Hoje, porém, é a nossa hora de fazer e de construir.

(Do livro "Ideal Espírita", Emmanuel, F.C.Xavier

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Mãos pequeninas

 

Quando afagues teu filhinho no aconchego doméstico, não te esqueças das mãozinhas anônimas, esquecidas no desamparo…

Flores rodopiando na ventania, assemelham-se a estrelas perdidas na tempestade.

É todo um mar de sofrimento e angústia que te rodeia…

Apura a visão para que o aflitivo painel te não passe despercebido.

Mãos pequeninas de várias cores a se debaterem nas sombras…

Chegaram à Terra como doces promessas de alegria e lutam por sobreviver à procura do bem.

Pelo amor à criancinha que te inspira a beleza do lar, acende o lume da bondade e não recuses socorro aos braços minúsculos que te acenam da onda revolta, suplicando piedade e carinho.

Auxilia esses lírios humanos a se desvencilharem do lodo das trevas para que se desenvolvam ao hálito da luz.

Dizes que a vida pede amor e esperas um mundo melhor…

Não negues, assim, a tua migalha de ternura aos anjos que choram no temporal.

Recolhe as mãozinhas enregeladas no frio do desencanto e, ao calor de tua abnegação, ajuda-as a renascer para a existência, a fim de que possam esculturar o teu sonho de perfeição e grandeza, no esplendor do amanhã…

Descerra as portas do coração aos filhinhos do berço torturado e protege-os confiante.

Recorda que, um dia, duas mãos pequeninas, relegadas ao abandono numa estrebaria singela, eram as mãos de Jesus, o Rei Divino, que, ainda hoje, são o nosso refúgio de paz e a esperança do mundo inteiro…

 

Meimei

sábado, 10 de outubro de 2015

NO RUMO  DA PAZ

Se você retirar a sombra de tristeza que lhe cobre o olhar, observará que o Sol e o Tempo renasceram, hoje, a fim de que você possa refazer-se e recomeçar.

Não se sabe de ninguém que houvesse conseguido a restauração ou o êxito em clima de desabafo.

Sorrir atraindo dedicações e possibilidades ou mostrar a face agoniada da irritação, suscitando adversários ou problemas, dependerá sempre de você mesmo.

Ódio e medo, inveja ou ciúme, desespero ou ressentimento desajustam a mente, e a mente desequilibrada envenena o corpo.

Procure ver o melhor dos outros e dê aos outros o melhor de você, porque o pessimismo jamais edifica.

Você receberá auxílio e assistência na medida exata das suas prestações de serviço ao próximo, recebendo ainda, por acréscimo, valiosas bonificações da Providência Divina.

Recordemos que situar-nos nas dificuldades dos outros, de modo a senti-las como se fossem nossas, para auxiliar aos outros, sem exigência ou compensação, é a maneira mais justa de garantir a paz.

Lembremo-nos sempre de que a criatura humana, seja qual for a condição em se encontre, conquanto as imperfeições ou fraquezas que ainda carregue, é um anjo em formação, caindo às vezes para levantar-se e aprender as lições do Bem com mais segurança. E, segundo as leis de evolução, toda a criatura, a fim de burilar-se, é chamada a esforço máximo, no qual a dificuldade e o sofrimento estão incluídos por ingredientes de progresso e sublimação.

Por isso mesmo, em quaisquer ocasiões, seja de alegria ou inquietação, fracasso ou refazimento, se aspiramos a seguir para as vanguardas de elevação e felicidade, amor e luz, só nos resta uma solução: trabalhar. 

ANDRÉ LUIZ
(Do livro "Astronautas do Além", 9, GEEM)

terça-feira, 6 de outubro de 2015

O BOM LIVRO

 

André Luiz

 

O livro edificante é sementeira da Luz Divina, aclarando o passado, orientando o presente e preparando o futuro...

Instrutor do espírito – esclarece sem exigências,

Médico da alma – cura sem ruído,

Sacerdote do coração – consola sem ritos exteriores.

Amigo vigilante – ampara em silêncio,

Companheiro devotado – jamais abandona,

Cooperador eficiente – não pede compensações.

Semeador do infinito – fecunda os sentimentos,

Benfeitor infatigável – permanece fiel,

Arquiteto do bem – constrói no espírito imorredouro.

Altar da simplicidade – revela a sabedoria,

Fonte inesgotável – jorra bênçãos de paz,

Campo benfazejo – prepara a vida eterna.

Lâmpada fulgurante – brilha sem ofuscar,

Árvore compassiva – frutifica sem condições,

Celeiro farto – supre sem perder.

 

(Do livro "Relicário De Luz", Francisco Cândido Xavier)

 

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

CARIDADE DA CORAGEM

            Uma espécie de caridade de que poucos amigos se lembram: — a caridade da coragem.

            Recorda os companheiros que adoeceram por falta de energia emocional, diante de confidências amargas; dos que enlouqueceram, ouvindo denúncias lamentáveis, não vacilando em atingir a própria delinqüência, ante o ressentimento de que se viram acometidos, ao recolherem anotações indébitas, em torno da vida familiar; dos irmãos outros que receando dificuldades e obstáculos da existência, se mergulharam nos alucinógenos sem necessidade; dos que se impressionaram em demasia com sintomas sem maior importância e caíram na rede das moléstias imaginárias que lhes devastam a mente; e daqueles que se confiaram à subversão, em matéria de trabalho, acompanhando impensadamente as atitudes destrutivas de colegas revoltados e infelizes. 

            Pensa naquelas criaturas que te aguardam a assistência e o carinho e que ainda não te podem dispensar a presença protetora, a fim de se consagrarem às obrigações que lhes dizem respeito.

            Reflete nas calamidades afetivas, provocadas pela fraqueza daqueles que desertam dos compromissos assumidos, arruinando o caminho de famílias inteiras.

 

            Meditemos nos infortúnios a que nos referimos e pede ao Senhor te acrescente a capacidade de resistir às tentações e ao medo, à omissão e ao desânimo, porque nós todos não prescindimos de equilíbrio para executar os encargos que abraçamos e é indispensável se reafirme, em cada um de nós, a força espiritual suficiente para agir com intrepidez, sem temeridade, e a disposição de cultivar a coragem de sermos fiéis à Lei de Deus.

(Emmanuel/Francisco Cândido Xavier. Livro: O Essencial)

 

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

TRANQUILIZANTE


Emmanuel
 

Não são os problemas da vida em si que nos agravam a tensão nervosa... São as questões-satélites que nascem de nossas dificuldades para aceitá-los.

 

Quantas vezes, pervagamos na Terra, sofrendo emoções desequilibradas, diante de companheiros queridos que não desejam, por agora, o nosso modo de ser? E em quantas outras nos atormentamos inutilmente, perante obstáculos complexos que claramente não nos será possível liquidar em apenas um dia?

 

Entretanto, observemos:

 

- enfermidades aparecerão sempre no mundo, pedindo tratamento e não inconformidade para as melhoras precisas;

- entes amados em luta são telas de rotina, solicitando entendimento e não atitudes condenatórias para alcançarem o reequilíbrio;

- erros nossos e faltas alheias fazem parte do nosso aprendizado na escola da experiência, exigindo calma e não censura para serem retificados;

- tentações são inevitáveis, em todos os sentidos, nos climas de atividade indispensáveis à nossa formação de resistência, reclamando serenidade e não agitação para serem extintas.

 

Em todas as situações aflitivas, use a prece como sendo o nosso melhor tranquilizante no campo do espírito.

E quando problemas apareçam, não se deixe arrastar nas labaredas da angústia.

Você pode ficar em paz.

Para isso, basta que você trabalhe e deixe Deus decidir.

 

(Do livro "Busca e Acharás", pelo Espírito Emmanuel, Francisco Cândido Xavier, edição IDEAL)

 

domingo, 20 de setembro de 2015

No Trato com os Outros

 

"A origem do mal reside no egoísmo e no orgulho;

os abusos de toda espécie cessarão quando os homens se regerem pela lei da caridade."

Alan Kardec (E.S.E. Cap.XVI ltem X).

 

Conserve a paciência com aqueles que não aplicam a solicitude no trato com você. Recorde que a enfermidade pode estar a minar-lhes o organismo.

 

Quando alguém admoestá-lo, mesmo injustamente, silencie e desculpe. Deixe, que a vida se encarregará de colocar os pretensiosos em seus devidos lugares.

 

Se a intriga dificultar-lhe os bons propósitos, não lhe confira a honra de sua revolta. Quase sempre o intrigante é colhido nas malhas da rede que tece.

 

Procure entender a explicação deficiente que o amigo lhe dá. Ele não dispõe de melhores recursos de expressão.

 

Quando convidado a opinar em assunto que desconhece, afirme sua ignorância sobre o caso. Melhor é apresentar-se com simplicidade do que informar erradamente.

 

Se o interlocutor, magoado com a força de seu argumento, deixa bruscamente o tema da palestra, cale e desculpe-se. É provável que ele não se encontre preparado para a lógica das argumentações seguras.

 

Insista no auxílio, mesmo que este seja feito com o silêncio de sua intenção superior. O recalcitrante é infeliz pela própria organização nervosa que lhe aciona a vida.

 

Quando constrangido a arbitrar entre discutidores, a melhor posição é a humildade. Cada antagonista conta com a certeza da vitória para a opinião que defende. Passado o calor do debate, exponha com naturalidade seu pensamento.

 

Se a informação solicitada demorar em ser atendida, guarde calma e repita o pedido. Talvez seu interpelado seja surdo.

 

Há comezinhos incidentes no trato com os homens que, evitados, realizam a paz em todos os corações.

 

Cultive a confiança, na serenidade, e caminhará com segurança, no trato com os outros.

 

(Marcos Prisco. Do livro: Glossário Espírita-Cristão, Médium: Divaldo Pereira Franco, 4a edição. Salvador, BA: LEAL, 1993)

 

sábado, 19 de setembro de 2015

A CRÍTICA


    Convidada a fazer uma preleção sobre a crítica, a conferencista compareceu ante o auditório superlotado, carregando pequeno fardo.

    Após cumprimentar os presentes, retirou os livros e a jarra de água de sobre a mesa, deixando somente a toalha branca.

    Em silêncio, acendeu poderosa lâmpada, enfeitou a mesa com dezenas de pérolas que trouxera no embrulho e com várias dúzias de flores frescas e perfumadas.

    Logo após, apanhou na sacola diversos enfeites de expressiva beleza, e enfileirou-os com graça.

    Em seguida, colocou sobre a mesa um exemplar do Novo Testamento em capa dourada.

    Depois, diante do assombro de todos, depositou em meio aos demais objetos pequenina lagartixa, num frasco de vidro.

    Só então se dirigiu ao público perguntando:

    O que é que os senhores estão vendo?

    E a assembleia respondeu, em vozes discordantes:

    Um bicho!

    Um lagarto horrível!

    Uma larva!

    Um pequeno monstro!

    Esgotados breves momentos de expectação, a expositora considerou:
    Assim é o espírito da crítica destrutiva, meus amigos!

    Os senhores não enxergaram o forro de seda alva, que recobre a mesa.

    Não viram as flores, nem sentiram o seu perfume.

    Não perceberam as pérolas, nem as outras preciosidades.

    Não atentaram para o Novo Testamento, nem para a luz faiscante que acendi no início.

    Mas não passou despercebida, aos olhos da maioria, a diminuta lagartixa...
    E, sorridente, concluiu sua exposição esclarecendo:
    Nada mais tenho a dizer...
* * *
    Quantas vezes não nos temos feito cegos para as coisas e situações valorosas da vida.

    Acostumados a ver somente os fatos que denigrem a sociedade humana, volvemos o olhar para os detritos morais das criaturas.

    Assim, criticamos a mídia por enfatizar as misérias humanas, os desvalores, as fofocas e as intrigas, mas, em verdade, isso tudo só vem a lume porque ainda nos comprazem. Em última análise, é o que vende!

    Não há espaço para uma mensagem edificante, e os que teimam em veicular coisas e situações nobres, o fazem sob o peso de enormes dificuldades.

    É imperioso atentarmos para os nossos valores ou desvalores, antes de levantarmos a voz para criticar a sociedade e os meios de comunicação em geral.

    É importante observarmos os nossos interesses pessoais antes de gritarmos contra os governantes, sem esquecer que eles só ocupam os cargos depois de eleitos por nós.

    Enfim, é relevante atentarmos para os que buscam divulgar o bem e o belo e candidatarmo-nos a engrossar essas fileiras.

    Assim, com a exaltação do bem, em detrimento do mal, com a evidência da paz, em vez da guerra, com a elevação do perfume sobre os odores fétidos, a sociedade logrará sobrepujar as misérias, evidenciando as belezas e os atos de essência superior, e encontrada será a felicidade perene.

(Redação do Momento Espírita, com base no cap.  7 do livro Bem-aventurados os simples, pelo Espírito Valerium, psicografia de Waldo Vieira, ed.  Feb. - www.momento.com.br)

 

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

CARIDADE E HIGIENE


        A higiene alinha vários preceitos de proteção à vida, como sejam:

 

        o asseio do corpo;

        o uso da água potável não contaminada;

        a renovação do ar no recinto doméstico;

        a faxina habitual;

        a limpeza da moradia;

        o banho diário sempre que possível;

        a roupa lavada;

        a refeição natural;

        e o saneamento do solo em que se vive.

*

        Entretanto, em auxílio à paz de que necessitamos para sermos tranquilos, somos de parecer que o perdão das ofensas, sejam elas quais forem,  é um dos ingredientes fundamentais na segurança da própria alma, porquanto, acalentar ressentimentos é o mesmo que reter substâncias tóxicas, desequilibrando o pensamento e envenenando o coração.

 

(De “LUZ E VIDA”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel)

 

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

RECLAMAR MENOS

“Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam,

assim fazei-o vós também a eles; porque esta é a lei e os profetas"

- Jesus (Mateus, 7:12).

 

Para extinguir a cultura do ódio nas áreas do mundo, imaginemos como seria melhor a vida na terra se todos cumpríssemos fielmente o compromisso de reclamar menos.

Quantas vezes nos maltratamos, reciprocamente, tão só por exigir que se realize, de certa forma, aquilo que os outros só conseguem fazer de outra maneira! De atritos mínimos, então partimos para atitudes extremas. Nessas circunstâncias, costumamos recusar atenção e cortesia até mesmo àqueles a quem mais devemos consideração e amor; implantamos a animosidade onde a harmonia reinava antes; instalamos o pessimismo com a formulação de queixa desnecessária ou criamos obstáculos onde as grandes realizações poderiam ter sido tão fáceis. Tudo porque não desistimos de reclamar, - na maioria das ocasiões, - por simples bagatelas.

De modo geral, as reivindicações e desinteligências reportam, mais frequentemente, entre aqueles que a Sabedoria Divina reuniu com os mais altos objetivos na edificação do bem, seja no círculo doméstico, seja no grupo de serviço ou de ideal. Por isso mesmo, os conflitos e reprovações aparecem quase sempre no mundo, nas faixas de ação a que somos levados para ajudar e compreender. Censuras entre esposo e esposa, pais e filhos, irmãos e amigos. De pequenas brechas se desenvolvem os desastres morais que comprometem a vida comunitária desentendimentos, rixas, perturbações e acusações.

Dediquemos à solução do problema as nossas melhores forças, buscando esquecer-nos, de modo a sermos mais úteis aos que nos cercam, e estejamos convencidos de que a segurança e o êxito de quaisquer receitas de progresso e elevação solicitam de nós a justa fidelidade ao programa que a vida estabelece em toda parte, a favor de nós todos: reclamar menos e servir mais.

 

(Francisco Cândido Xavier por Emmanuel. In: Segue-me)