quinta-feira, 30 de abril de 2015

CONFIA E CAMINHA


    A existência na Terra é comparável a uma viagem de aperfeiçoamento, na qual necessitas seguir adiante, ao lado de nossos companheiros da jornada evolutiva.
    *Muitos te desconhecem, no entanto, Deus sabe quem és.
    *Muitos te menosprezam, contudo, Deus não te abandona.
    *Muitos te hostilizam, mas Deus te apóia.
    *Muitos te reprovam, em circunstâncias difíceis, no entanto, Deus te abençoa.
    *Muitos se te afastam da presença, todavia, Deus permanece contigo.
    *À vista de semelhante realidade, sempre que tropeços e provações te apareçam, não te acomodes, à beira da estrada, em algum recanto da inércia.
    Confia em Deus e caminha.

    (Emmanuel/Francisco Cândido Xavier, Livro: Luz e vida)

CAMINHOS CRUZADOS


“Sabendo primeiro isto:que nos últimos dias virão escarnecedores,
andando segundo as suas próprias concupiscências.”
(II PEDRO, 3:3)

De todos os elementos que tentam perturbar as obras divinas, os escarnecedores são os mais dignos de piedade fraternal. É que são enfermos pouco suscetíveis de medicação, em vista de serem profundamente ignorantes ou profundamente perversos.
O escarnecedor costuma aproximar-se dos trabalhadores fiéis das ideias novas exigindo-lhes provas concludentes das afirmações espirituais que lhes constituem a divina base do trabalho no mundo.
É interessante, porém, observar que pedem tudo, sem se disporem a dar coisa alguma.
Querem provas da verdade; contudo, não abandonam as cavernas mentais em que vivem usualmente, nem mesmo para vê-las. Querem demonstrações espirituais agarrados, à maneira de vermes, aos fenômenos materiais. Os infelizes não percebem que se emparedaram no desconhecimento da vida, ou no egoísmo que lhes agrava os instintos perversos. E tocam a rir nos caminhos do mundo, copiando os histriões da
irresponsabilidade e da indiferença. Zombam de todas as reflexões sérias, mofam de todos os ideais do bem e da luz... Movimentam nobres patrimônios intelectuais no esforço de destruir e, por vezes, conseguem cavar fundo abismo onde se encontram.
Os aprendizes sinceros do Evangelho devem, todavia, saber que semelhantes desviados andarão na Terra segundo as próprias concupiscências. São folhas conscientes do mal que só a Misericórdia Divina poderá transformar, ao sublime sopro de suas renovações.
É preciso não perder tempo com essa classe de perturbadores contrários as atividades do bem. São expoentes do escárnio, condenados a receber as consequências dele. Por si mesmos já são bastante desventurados.
Se, algum dia, cruzarem-te o caminho suporta-os com paciência e entrega-os a Deus.

(Francisco Cândido Xavier por Emmanuel. In: Segue-me)

terça-feira, 28 de abril de 2015

AMOR


O amor é de essência divina, porque procede de Deus e vitaliza o universo, sustentando a vida em todos os seus aspectos.
Em tudo se encontra pulsante, como manifestação do Divino Psiquismo.
Em todos os reinos é de fundamental significação, especialmente no ser humano, sem  o  qual  a  existência  se  torna  destituída  de  sentido  psicológico  e  deperece, desarticulando os objetivos essenciais da Vida.
Amar  é  desafio que todos devem enfrentar  com   alegria,  pois que,  somente ele equaciona as dificuldades existenciais, ampliando  os  objetivos  da inteligência  e dos  sentimentos.
Quem ama, conduz Deus no imo, irradiando-O em forma de bênçãos que a tudo  transforma  e  dignifica.

Joanna de  Ângelis / Divaldo  Franco

segunda-feira, 27 de abril de 2015

RESISTÊNCIA ESPIRITUAL

"Era perto da meia-noite; Paulo e Silas oravam e
cantavam hinos a Deus e os outros presos os escutavam".
(Atos, 16:25)
Reveste-se de profundo simbolismo aquela atitude de Paulo e Silas nas trevas da prisão. Quando numerosos encarcerados ali permaneciam sem esperança, eis que os herdeiros de Jesus, embora dilacerados de açoites, começam a orar, entoando hinos de confiança.
O mundo atual, na esteira de transições angustiosas e amargas, não parece mergulhado nas sombras que precedem a meia-noite?
Conhecimentos generosos permanecem eclipsados. Noções de justiça e direito, programas de paz e tratados de assistência mútua são relegados a pianos de esquecimento. Animais furiosos aproveitam a treva para se evadirem dos recônditos escaninhos da alma humana, onde permaneciam guardados pela cobertura da civilização, e tentam dominar as criaturas empregando o terror, a perseguição, a violência. Quantos jovens jazem no cárcere das desilusões, da amargura, do remorso, do crime? Através de caminhos desolados ao longo de campos que as bombas devastaram, dentro de sombras frias, ha mães que choram, velhos desalentados, crianças perdidas. Quem poderá contar as angústias da noite dolorosa? Os aprendizes do Evangelho, igualmente, sofrem perseguições e calúnias e, em quase toda parte, são conduzidos a testemunhos ásperos. Muitos envolveram-se nas nuvens pesadas, outros esconderam-se fugindo a hora de sofrimentos; mas, os discípulos fieis, esses suportam ainda acoites e pedradas e, não obstante as trevas insondáveis da meia noite da civilização, oram nos santuários do espírito eterno e cantam cânticos de esperança, alentando os companheiros.
Enquanto raras almas sabem perceber os primeiros rubores da alvorada, em virtude da sombra extensa, recordemos os devotados obreiros do Mestre e busquemos na prece ativa o refugio consolador. Se o mundo experimenta a tempestade, procuremos a oração e o trabalho, a fé e o otimismo, porque outro dia glorioso esta a nascer, e em Jesus Cristo repousa nossa resistência espiritual.

(Francisco Cândido Xavier por Emmanuel. In: Segue-me)

domingo, 26 de abril de 2015

SINAL DE AMOR


"E saíram os fariseus e começaram a disputar com ele,
pedindo-lhe, para o tentarem, um sinal do Céu."
- (João, 8:11.)

No Espiritismo cristão, de quando em quando aparecem aprendizes do Evangelho, sumamente interessados em atender a certas solicitações, no capítulo dos fenômenos psíquicos.
Buscam sinais tangíveis, incontestáveis. Na maioria das vezes, movimento não passa de repetição do gesto dos fariseus antigos. Médiuns e companheiros outros, em grande número, não se precatam de que os pedidos de demonstrações do céu são formulados, por tentação. Há ilações lógicas no assunto, que cabe não desprezar.
Se um espírito permanece encarnado na Terra, como poderá fornecer sinais de Júpiter?
Se as solicitações dessa natureza, endereçadas ao próprio Cristo, foram consideradas como gênero de tentação ao Mestre, pelo evangelho, com que direito poderão impô-las os discípulos novos aos seus amigos do invisível? Ao contrário disso, os aprendizes fiéis devem estar preparados ao fornecimento de demonstrações da Terra. É justo que o cristão não possa projetar uma tela mágica sobre as nuvens errantes, mas pode revelar como se exerce o ministério da fraternidade no mundo.
Nunca desdobrara a paisagem total onde se movimentam os seres invisíveis, mas está habilitado a prestar colaboração no esclarecimento dos homens do porvir.
Quem solicita sinais do Céu será talvez ignorante ou portador de má-fé; entretanto os que tentem satisfazê-los andam muito distraídos do que aprenderam como Cristo. Se te requisitam demonstrações estranhas, podes replicar com segurança resoluto, que não estás designado para à produção de maravilhas e esclarece a teu irmão que permaneces determinado a aprender com o Mestre, a fim de ofereceres à Terra o teu sinal de amor e luz, firme na fé, para não sucumbires às tentações.
Emmanuel
(Francisco Cândido Xavier por Enmmanuel. In: Segue-me)

sábado, 25 de abril de 2015

DEUS TE ABENÇOA


"Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus..."
- Paulo (II CORÍNTIOS, 8:1.)

Acreditas-te frágil, mas Deus te suprirá de energias.
Reconheces a própria limitação, mas Deus te conferirá crescimento.
Afirmas-te sem ânimo, mas Deus te propicia coragem.
Declaras-te pobre, mas dispões das riquezas infinitas de Deus.
Entendamos, porém, que o processo de assimilar os recursos divinos será sempre o serviço prestado aos outros.
Não alegues, assim, fraqueza, inaptidão, desalento ou penúria para desistir do lugar que te cabe no edifício do bem.
Pela hora do otimismo com que amparas o trabalho dos companheiros, Deus te abençoa.
Pelo gesto silencioso com que escoras o equilíbrio geral, Deus te abençoa.
Pela frase caridosa e esclarecedora com que asseguras o entendimento fraterno, Deus te abençoa.
Pela migalha de socorro ou de tempo despendes no apoio aos necessitados, Deus te abençoa.
Pela atitude de tolerância e serenidade, à frente da incompreensão, Deus te abençoa.
Convivemos, sem dúvida, com almas heróicas, habilitadas aos mais altos testemunhos de fé em Deus, através do sacrifício pela felicidade dos semelhantes, mas Deus que abençoa o rio capaz de garantir as searas do campo, abençoa também a gota de orvalho que ameniza a sede da rosa.
Se erros e desacertos nos marcaram a estrada até ontem, voltemo-nos para Deus com sinceridade, refazendo a esperança e suportando sem mágoa, as acusações do caminho.
O homem, às vezes, passa enojado, à frente do charco, sem perceber que Deus alentou no charco os lírios que lhe encantam a mesa.
A face disso, se alguém te censura ouve com paci6encia. Se existe sensatez na repreensão, aproveita o conselho; se for injusto o reproche, conserva a alma tranquila, na limpeza da consciência.
Em qualquer dificuldade, arrima-te a confiança, trabalhando e servindo com alegria, na certeza invariável de que Deus te vê e te abençoa.

(Francisco Cândido Xavier por Emmanuel. In: Palavras de Vida Eterna)

O trabalho como bênção da vida


Você já reparou quantas vezes reclamamos do trabalho? Se vamos falar de trabalho, sempre o associamos à dificuldade, ao desprazer, a algo difícil e penoso de se fazer.
Será mesmo o trabalho algo tão ruim, como se fosse um castigo a se cumprir?
A origem da palavra trabalho remonta à Roma antiga, quando essa palavra era associada a um instrumento de tortura, o tripalium.
Vem daí a conotação do trabalho com sofrimento. Mas será essa mesma a função do trabalho?
Se observarmos a natureza, será fácil verificar que não há quem não trabalhe. Seja o joão-de-barro construindo o ninho para acolher sua companheira e a futura prole; ou a lagarta, tecendo o casulo que guarda a beleza da borboleta em gérmen; ou ainda a abelha colhendo o pólen para fabricar seu doce alimento.
Tudo em a natureza trabalha. Não poderia ser diferente com o homem.
Para os animais, o trabalho é sinônimo de sobrevivência. Trabalha a ave, o inseto, o grande e o pequeno, todos trabalham, como lei de sobrevivência, lei do instinto que os faz buscar o alimento, construir o abrigo, proteger a prole.
E para que serve o trabalho para nós?
Longe da conotação latina de tortura, devemos entender o trabalho como ferramenta que a Divindade nos oferece como processo de aprendizado.
Sendo o trabalho toda ocupação útil a que nos vinculamos, serve como exercício do desenvolvimento de nossas capacidades intelectuais, morais ou emocionais.
Dessa forma, trabalha a dona de casa, ao buscar o asseio do lar, ao confeccionar a comida saborosa para nutrir a família.
Trabalham o pedreiro e o engenheiro na construção do edifício, trabalha o voluntário, doando seu tempo em nome do amor ao próximo.
De uma ou de outra forma, é o trabalho a ferramenta bendita que a Divindade nos oferece para o progresso pessoal.
O ócio, o tempo descomprometido, servem como oportunidades para que os desajustes de nossa intimidade ganhem corpo, ao longo das horas vazias.
Ao contrário, a hora preenchida pela ocupação útil é oportunidade de aprendizado, de interiorizar novas capacidades, nos mais variados campos de nossa intimidade.
Jesus nos lembrava que Ele trabalhava sem cessar, assim como o Pai Celeste igualmente trabalha.
Assim, nunca reclamemos do trabalho que a vida nos ofereça. Ao contrário, a cada dia, agradeçamos a Deus o trabalho bendito e honesto, que nos será passaporte para dias mais felizes, nessa e na outra vida.
*   *   *
O descanso é necessidade natural do organismo, e direito de todos nós, após a jornada de trabalho, a fim de refazer ânimos e recuperar as energias.
Mas jamais nos permitamos o descanso em excesso, fazendo como aqueles que se iludem com os objetivos da vida, imaginando-se em um parque de diversões.
Tenhamos em mente que nascemos todos em bendita oficina de trabalho, que é a Terra, a fim de forjar nossos caracteres e valores.
E, ao início e fim de cada jornada de trabalho, agradeçamos a ocupação útil, remunerada ou voluntária, dentro ou fora do lar, lembrando de todos aqueles que adorariam poder estar em nosso lugar.

Redação do Momento Espírita.

quinta-feira, 23 de abril de 2015

DISCERNIR E CORRIGIR

“... com o critério com que julgardes sereis julgados;

e com a medida com que tiverdes medido vos medirão também”.

– Jesus (MATEUS, 7:2)

 

Viste o companheiro em necessidade e comentaste-lhe a posição...

Possuía ele recursos expressivos e, talvez por imprevidência, caiu em penúria dolorosa...

Usufrui conhecimentos superiores e feriu-te a sensibilidade por arrojar-se em terríveis despenhadeiros do coração que, às vezes, os últimos dos menos instruídos conseguem facilmente evitar...

Detinha oportunidades de melhoria, com as quais milhares de criaturas sonham debalde e procedeu impensadamente, qual se não retivesse as vantagens que lhe brilham nas mãos...

Desfruta ambiente distinto, capaz de guindá-lo às alturas e prefere desconhecer as circunstâncias que o favorecem, mergulhando-se na sombra das atitudes negativas...

Mantinha valiosas possibilidades de elevação espiritual, no levantamento de apostolados sublimes, e emaranhou-se em tramas obsessivas que lhe exaurem as forças...

Tudo isso, realmente, podes observar e referir.

Entra, porém, na esfera do próprio entendimento e capacita-te de que te não é possível a imediata penetração no campo das causas.

Ignoramos qual teria sido o nosso comportamento na trilha do companheiro em dificuldade, com a soma dos problemas que lhe pesam no espírito.

Não te permitas, assim, pensar ou agir, diante dele, sem que a fraternidade te comande as definições.

Ainda mesmo no esclarecimento absoluto que, em casos numerosos, reclama austeridade sobre nós mesmos, é possível propiciar o remédio da fraqueza a doentes da alma pelo veículo da compaixão, como se administra piedosamente a cirurgia aos acidentados.

Se conseguimos discernir o bem do mal, é que já conhecemos o mal e o bem, e se o Senhor nos permite identificar as necessidades alheias, é porque, de um modo ou de outro, já podemos auxiliar.

 

 

(Francisco Candido Xavier por Emmanuel. In: Palavras da Vida Eterna

quarta-feira, 22 de abril de 2015

ADVERSÁRIOS E DELINQUENTES


“Reconcilia-te depressa com o teu adversário, enquanto
estás a caminho com ele...” – Jesus. (MATEUS, 5:25)

Jesus nos solicitou a imediata reconciliação com os adversários, para que a nossa oração se dirija a Deus, escolmada de qualquer sentimento aviltante.
Não ignoramos que os adversários são nossos opositores ou, mais apropriadamente, aqueles que alimentam pontos de vista contrários aos nossos. E muitos deles, indiscutivelmente, se encontram em condições muito superiores às nossas, em determinados ângulos de serviço e merecimento. Não nos cabe, assim, o direito de espezinhá-los e sim o dever de respeitá-los e cooperar com eles, no trabalho do bem comum, embora não lhes possamos abraçar o quadro integral das opiniões.
Há companheiros, porém, que, atreitos ao comudismo sistemático, a pretexto de humildade, se ausentam de qualquer assunto em que se procura coibir a dominação do mal, esquecidos de que os nossos irmãos delinquentes são enfermos necessitados de amparo e intervenção compatíveis com os perigos que apresentem para a comunidade.
Todos aqueles que, exercem algum encargo de direção sabem perfeitamente que é preciso velar em defesa da obra que a vida lhes confiou.
Imperioso manter-nos em harmonia com todos os que não pensam por nossos princípios, entretanto, na posição de criaturas responsáveis, não podemos passar indiferentes diante de um irmão obsidiado, que esteja lançando veneno em depósitos de água destinada à sustentação coletiva.
Necessitamos acatar os condôminos do edifício que nos serve de residência, toda vez que não consigam ler os problemas do mundo pela cartilha de nossas ideias, todavia, não será justo desinteressar-nos da segurança geral, se vemos um deles ateando fogo no prédio.
Cristo, em verdade, no versículo 25 do capítulo 5, do Evangelho de Mateus, nos afirma: “reconcilia-te depressa com o teu adversário”, mas no versículo 2 do capítulo 16, do Evangelho de Lucas, não se esqueceu de acrescentar: “dá conta de tua mordomia”.

(Francisco Cândido Xavier por Emmanuel. In: Palavras de Vida Eterna

terça-feira, 21 de abril de 2015

 NA ESFERA DO REAJUSTE


“Não te admires de eu te dizer: importa-vos nascer de novo”
– Jesus (JOÃO, 3:7)



Empeços e provações serão talvez os marcos que te assinalem a estrada hoje.
Diligenciemos, porém, com a reencarnação a retificar os erros e a ressarcir os débitos de ontem, para que a luz da verdade e o apoio da harmonia nos felicitem o caminho, amanhã...
A questão intrincada que te apoquenta agora, quase sempre, é o problema que abandonaste sem solução entre os amigos que, em outro tempo, se rendiam, confiantes, ao teu arbítrio.
O parente complicado que julgas carregar, por espírito de heroísmo, via de regra, é a mesma criatura que, em outra época, arrojaste ao desespero e à perturbação.
Ideais nobilitantes pelos quais toleras agressões e zombarias, considerando-te incompreendido seareiro do progresso, em muitas ocasiões, são aqueles mesmos princípios que outrora espezinhaste, insultando a sinceridade dos companheiros que a eles se associavam.
Calúnias que arrostas, crendo-te guindado aos píncaros da virtude pela paciência que evidencias, habitualmente nada mais são que o retorno das injúrias que assacaste, noutras eras, contra irmãos indefesos.
Falhas do passado procuram-te responsável, no corpo, na família, na sociedade ou na profissão, pedindo-te reajuste.
“Necessário vos é nascer de novo” – disse-nos Jesus.
Bendizendo, pois, a reencarnação, empenhemo-nos a trabalhar e aprender, de novo, com atenção e sinceridade, para que venhamos a construir e acertar em definitivo.
(Francisco Cândido Xavier por Emmanuel. In: Palavras de Vida Eterna)

segunda-feira, 20 de abril de 2015

NO DIA DA INCERTEZA

“Nós, porém, temos a mente de Cristo”.
– Paulo (I CORÍNTIOS, 2:16)

Para qualquer de nós, chega o minuto das grandes hesitações.
Trabalhamos, por tempo enorme, no encalço de determinada realização e eis que, de chofre, todo o nosso esforço parece perdido...
Buscávamos diretrizes no exemplo de alguém, que aceitávamos como possuindo bastante virtude para guiar-nos a vida e esse alguém falha desastradamente no instante preciso em que mais lhe requisitamos as luzes...
Contávamos com certos recursos para o atendimento a compromissos diversos e esses recursos como que se evaporam, deixando-nos amarguradamente frustrados...
Retínhamos elementos valiosos que nos garantiam segurança e tranquilidade e, por circunstâncias inelutáveis, nos vemos privados deles, largados à prova, sem alegria e sem direção...
Todos somos surpreendidos pelo dia nublado de incerteza em que nos reconhecemos perplexos.
Por dentro, ansiedade; por fora, consternação...
Não nos sintamos, porém, sozinhos.
Dispomos da mente de Cristo, o Divino Mestre da Alma.
Roguemos a Jesus caminho e sustento.
A hora da incerteza, é, sobretudo, a hora da prece.
Quando a sombra chega é o momento de fazer luz.

(Francisco Cândido Xavier por Emmanuel. In: Palavras de Vida Eterna

domingo, 19 de abril de 2015

NO CONVÍVIO DE CRISTO

“Se me amais, guardareis os meus mandamentos.” – Jesus.
(JOÃO, 14:15.)
Sem dúvida que são várias as atitudes pelas quais denotamos a nossa posição, diante do Cristo.
Ser-nos-á sempre fácil:
admitir-lhe a grandeza e tributar-lhe honrarias;
estudar-lhe as lições e transmitir-lhe os ensinos;
apaixonar-nos por seu apostolado e exaltar-lhe a personalidade nos valores artísticos;
aceitar-lhe as revelações e defendê-la com veemência;
receber-lhe as concessões e entoar-lhe louvores;
identificar-lhe o poder e respeitar-lhe a influência;
reconhecer-lhe a bondade e formar, no culto a ele, entre os melhores adoradores;
perceber-lhe a tolerância e abusar-lhe do próprio nome.'..
Tudo isso, realmente, ser-nos-á possível, sem o menor constrangimento, no campo das manifestações exteriores.
Entretanto, para usufruir a intimidade de Jesus e senti-la no coração, é imprescindível amá-lo, compartilhando-lhe a obra e a vida. Eis porque o Divino Mestre foi claro e insofismável, quando asseverou para os aprendizes que tão-somente os que o amem saberão trilhar-lhe o caminho e guardar-lhe os mandamentos.


(Francisco Candido Xavier por Emmanuel. In: Palavras de Vida Eterna

sexta-feira, 17 de abril de 2015

FRONTEIRAS SEM FIM DA AMIZADE


    Até onde vai a amizade? Diz-se que, por vezes, temos amigos que são mais do que irmãos.

    São eles que nos sustentam nas crises, nos auxiliam na enfermidade, nos oferecem o ombro para chorar, a qualquer dia, a qualquer horário.

    Pessoas há que, decepcionadas com pretensos amigos, afirmam que é muito difícil existir, hoje, amizade desinteressada.

    No entanto, todos os dias, se ouvem histórias de pessoas que devem sua vida a algum amigo.

    As gêmeas Rita e Ruth nasceram, em 1988, numa cabana de barro na África Central.

    Seus pais eram agricultores da tribo Tutsi e temiam pela vida das filhas, porque os rebeldes Hútus, da oposição ao governo, atacavam constantemente os Tutsis.

    Por isso, o casal decidiu ir para Uganda, 240 quilômetros ao norte.

    Cada um com uma filha às costas, alguns poucos pertences e a tia das meninas, de apenas 11 anos, começaram a grande viagem.

    O pai foi o primeiro a ser assassinado, na tentativa de conseguir alimentos em uma aldeia. A mãe, quando ia à frente, tentando verificar se era seguro prosseguir a jornada, desapareceu para sempre.

    Durante dois meses, Katie, na floresta com as duas crianças, esperou a volta da mãe das meninas.

    Então, amarrou as gêmeas ao seu corpo e saiu andando. Depois de dez meses, chegaram a Uganda.

    Estavam sozinhas, dormindo ao relento e vivendo de restos de alimentos. Um dia, Jane, uma agricultora, as encontrou e as levou para sua casa, condoída de sua triste situação.

    Jane tinha somente uma filha de 4 anos e, por três vezes, enfrentou os rebeldes Hútus, escondendo as crianças.

    Quando as gêmeas estavam com 11 anos, Katie ganhou uma passagem para longe da África, para o asilo no estrangeiro.

    Naquela noite, Rita e Ruth ficaram abraçadas a Katie, chorando. Ela fora o centro de suas vidas desde sempre.

    Mas, ao partir, Katie prometeu que mandaria alguém para buscá-las.

    Para uma moça de 21 anos, como Katie, se adaptar à vida aonde quer que fosse, levaria tempo. E mais tempo ainda levaria para conseguir alguém que buscasse as gêmeas.

    Os meses se sucederam, sem qualquer notícia. Os Hútus matavam e sequestravam dezenas de Tutsis.

    As meninas pensavam: Será que ela nos esqueceu?

    Três anos se passaram. Com 15 anos, Rita e Ruth já tinham se resignado à vida de medo e incerteza em Uganda.

    Então, elas foram apanhadas em casa por um agente estrangeiro e levadas ao aeroporto.

    Quatorze horas depois, estavam em Londres, abraçando Katie. Ela explicou como tinha sido difícil conseguir que elas fossem levadas para a Grã-Bretanha antes de milhares de outros refugiados.

    Mas disse: Espero que saibam que eu nunca as abandonaria.

    As gêmeas passaram o restante da sua adolescência morando com Katie.

    Para elas, Katie é a grande amiga a quem agradecem por terem o privilégio de viverem num país de oportunidades.

    Diz Rita: Apesar de tudo o que passei, sinto como se tivesse ganhado na loteria.

    Amigos... Preciosidades que Deus coloca em nossas vidas para nos atapetar a estrada de ternura, a fim de nos tornar menos áspera a jornada.

(Redação do Momento Espírita, com base no artigo Cuidem de mim,  de Rita Komunda, conforme contado a Nick Morgan, publicado na Revista Seleções Reader’s Digest, de março de 2009.http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=2277&stat=0 )

ENQUANTO TEMOS TEMPO


“... Enquanto temos tempo, façamos bem a todos...”
– Paulo.(Gálatas, 6:10)


Às vezes, o ambiente surge tão perturbado que o único meio de auxiliar é fazer silêncio com a luz íntima da prece.
Em muitas circunstâncias, o companheiro se mostra sob o domínio de enganos tão extensos que a forma de ajuda-lo é esperar que a vida lhe renove o campo do espírito.
Aparecem ocasiões em que determinado acontecimento surge tão deturpado que não dispomos de outro recurso senão contemporizar com a dificuldade, aguardando melhores dias para o trabalho esclarecedor.
Repontam males na estrada com tanta força de expansão que, em muitos casos, não há remédio senão entregar os que se acumpliciam com eles às consequências deploráveis que se lhes fazem seguidas.
Entretanto, as ocasiões de construir o bem se destacam às dezenas, nas horas do dia a dia.
Uma indicação prestada com paciência...
Uma palavra que inspire bom ânimo...
Um gesto que dissipe a tristeza...
Um favor que renova a aflição...
Analisemos a trilha cotidiana.
A paz e o concurso fraterno, a explicação e o contentamento são obras morais que pedem serviço edificante como as realizações da esfera física.
Ergue-se a casa, elemento a elemento.
Constrói-se a oportunidade para a vitória do bem, esforço a esforço.
E, tanto numa quanto noutra, a diligência é indispensável.
Não vale esperança com inércia.
O tijolo serve na obra, mas nossas mãos devem buscá-lo.

(Francisco Cândido Xavier por Emmanuel. In: Palavras de Vida Eterna)

quinta-feira, 16 de abril de 2015

AMIGOS DE JESUS

“Vós sois meus amigos se fizerdes o que eu vos mando”

JESUS (JOÃO, 15:14.).

Em toda parte, CRISTO possui:

legiões de admiradores, mas os tiranos da Humanidade também as adquiriram;

multidões de partidários, entanto, os verdugos de nações igualmente as tiveram;

grupos de incensadores, todavia os promotores das guerras de assalto e de extermínio também lhes conheceram a adulação;

filas de defensores intransigentes, contudo, os inimigos do progresso igualmente as enumeraram junto de si;

assembleias de analista, no entanto, os chefes transviados, que passaram nas eminências da História, ainda hoje contam com elas.

JESUS, até agora, é cercado entre os povos mais cultos da Terra de inúmeros crentes e fanáticos, seguidores e intérpretes, adoradores e adversários, mas os empreiteiros da desordem e da crueldade também os encontram.

Fácil reconhecer que os comandantes da perturbação e da delinquência não conhecem amigos, de vez que o tempo se incumbe de situá-los no ponto certo que lhes cabe na vida, extinguindo a hipnose de ilusão com que se jungem aos companheiros. Cristo, porém, dispõe de amigos reais, que se multiplicam em todas as regiões do planeta terrestre, à medida que os séculos se lhe sobrepõem à crucificação. E esses amigos que existem, no seio de todas as filosofias e crenças, não se distinguem tão só por legendas exteriores, mas, acima de tudo, porque se associam a Ele, em Espírito e Verdade, entendendo-lhe as lições e praticando-lhe os ensinos.

 

 

(Francisco Cândido Xavier por Emmanuel. In: Palavras de Vida Eterna)

VÍDEOS ESPÍRITAS DE HUMOR

quarta-feira, 15 de abril de 2015

 RIXAS E QUEIXAS

“De uma só boca procede bênção e maldição.
Meus irmãos, não é conveniente que estas cousas sejam assim”.
(TIAGO, 3:10)


Julgamos comumente que os problemas de justiça apenas se manifestam, quando questões graves nos levam a tribunal.
Justiça, porém, é assunto palpitante de todos os dias e, a cada hora, precisamos dela para a garantia da paz, quanto necessitamos de ar para a sustentação da existência.
Nos mínimos atos, usamos justiça para assegurar a harmonia geral.
Conhecemos a significação do lugar que ocupamos numa fila simples e sabemos respeitá-lo para a conservação da ordem.
Todos estamos acordes em obedecer, espontaneamente, aos preceitos do trânsito, conformando-nos às paradas indispensáveis para segurança da via pública.
Não ignoramos a obrigação de acatar as advertências que regem o emprego da energia elétrica em aparelho determinado, a fim de que não venhamos a comprometer a integridade doméstica.
Em sã consciência, ninguém desdenhará os direitos do vizinho, se não deseja os seus próprios direitos menosprezados.
Lembramo-nos de semelhantes imagens do cotidiano para recordar que em nossas indisposições e ressentimentos, há que pensar igualmente na tranquilidade dos outros, de todos aqueles que nos partilham a experiência diária, a fim de que não venhamos a furtar-lhes a esperança e a coragem, golpeando-lhes o ânimo e conturbando-lhes o serviço.
Evitemos rixas e queixas.
Para resguardar o equilíbrio da vida coletiva e da vida caseira, atendemos a instruções e sinais, regulamentos e avisos, baseados na experiência dos homens, e para imunizar-nos a vida íntima contra distúrbios e prejuízos concedeu-nos a Divina Providência o controle do pensamento e o governo da língua.

(Francisco Candido Xavier por Emmanuel. In: Palavras de vida eterna)

ERGUER E AJUDAR



"E ele, dando-lhe a mão, a levantou..." — (ATOS, 9:41.)

            Muito significativa a lição dos Atos, quando Pedro restaura a irmã Dorcas para a vida.
            Não se contenta o apóstolo em pronunciar palavras lindas aos seus ouvidos, renovando-lhe as forças gerais.
            Dá-lhe as mãos para que se levante.
            O ensinamento é dos mais simbólicos.
            Observamos muitos companheiros a se reerguerem para o conhecimento, para a alegria e para a virtude, banhados pela divina claridade do Mestre, e que podem levantar milhares de criaturas para a Esfera Superior.
            Para isso, porém, não bastará a predicação pura e simples.
            O sermão é, realmente, um apelo sublime, do qual não prescindiu o próprio Cristo, mas não podemos esquecer que o Celeste Amigo, se doutrinou no monte, igualmente no monte multiplicou os pães para o povo esfaimado, restabelecendo-lhe o ânimo.
            Nós, os que nos achávamos mortos na ignorância, e que hoje, por acréscimo da Misericórdia Infinita, já podemos desfrutar algumas bênçãos de luz, precisamos estender o serviço de socorro aos demais.
            Não nos desincumbiremos, porém, da tarefa salvacionista, simplesmente pronunciando alguns discursos admiráveis.
            É imprescindível usar nossas mãos nas obras do bem.
            Esforço dos braços significa atividade pessoal.
            Sem o empenho de nossas energias, na construção do Reino Espiritual com o Cristo, na Terra, debalde alinharemos observações excelentes em torno das preciosidades da Boa Nova ou das necessidades da redenção humana.
            Encontrando o nosso irmão, caído na estrada, façamos o possível por despertá-lo com os recursos do verbo transformador, mas não olvidemos que, para trazê-lo de novo à vida construtiva, será indispensável, segundo a inesquecível lição de Pedro, estender-lhe fraternalmente as nossas mãos.

(Emmanuel/Francisco Cândido Xavier por Emmanuel. Livro: Fonte Viva)

segunda-feira, 13 de abril de 2015

ORAÇÃO E COOPERAÇÃO

“Quando quiserdes orar, entrai para o vosso quarto e, cerrada a porta,
orai a vosso Pai em secreto; e vosso Pai que vê o que se passa em
secreto vos recompensará”. – Jesus. (MATEUS, 6:6)

Se a resposta que esperamos à oração parece tardia, habitualmente nos destemperamos em amargura.
Proclamamos haver hipotecado todas as forças de espírito à confiança na Providência Divina e gritamos, ao mesmo tempo, que as tribulações ficaram maiores.
Dizemo-nos fiéis a Deus e afirmamo-nos esquecidos.
Convém observar, porém, que a provação não nos alcança de maneira exclusiva.
As nossas dificuldades são as dificuldades de nosso grupo.
Familiares e companheiros sofrem conosco o impacto das ocorrências desagradáveis, tanto quanto a fricção do cotidiano pela sustentação da harmonia comum.
Se para nós, que nos asseveramos alicerçados em conhecimento superior, as mortificações do caminho assumem a feição de suplícios lentos, que não serão elas para aqueles de nossos entes queridos, ainda inseguros da própria formação espiritual.
Compreendamos que, se na extinção dos nosso problemas pequeninos, requisitamos o máximo de proteção ao Senhor, é natural que o Senhor nos peça o mínimo de concurso na supressão dos grandes infortúnios que abatem o próximo.
Em quantos lances embaraçosos, somos, de fato, a pessoa indicada à paciência e à tolerância, ao entendimento e ao serviço?
Com semelhante raciocínio, reconhecemos que a pior atitude, em qualquer adversidade, será sempre aquela da dúvida ou da inquietação que venhamos a demonstrar.
Em supondo que a solução do Auto demora a caminho, depois de havermos rogado o favor da Infinita Bondade, recordemos que se a hora de crise é o tempo de luta, é também a ocasião para os melhores testemunhos de fé; e que se exigimos o amparo do Senhor, em nosso benefício, é perfeitamente justo que o Senhor nos solicite algum amparo, em favor dos que se afligem, junto de nós.

(Francisco Cândido Xavier por Emmanuel. In: Palavras de Vida Eterna)

CONTA PESSOAL


"Assim pois cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus."
- Paulo. (Romanos, 14.12.)

Se te propões à renovação com o Cristo, é imperioso suportes, pacientemente, as opiniões contraditórias em torno da diretriz diferente a que te afeiçoes.
Se algum erro te assinala o passado, muitos te acreditarão de pés chumbados à sombra que, há muito, lá desterraste do espírito; se expressas algum voto de melhoria íntima, não obstante as deficiências naturais que ainda te marquem o início no aprendizado evangélico, há quem te exija espetáculos de grandeza, de um instante para outro; se te dispões a trabalhar no auxílio aos semelhantes. de modo mais intenso, há quem veja desperdício em teus gestos de generosidade e beneficência; se nada mais podes dar ao necessitado além da migalha de tuas escassas reservas materiais, aparece quem te acuse de sovinice; se te corriges decididamente perante a verdade com o propósito de servi-la, há quem te interprete a espontaneidade por fanatismo; se te recolhes à gentileza e à serenidade, na execução da tarefa que o serviço do Senhor te atribui, surge quem te
aponte por exemplar de pieguice ou indolência...
Apesar de todos os palpites antagônicos, acerca de teu esforço e conduta, entra no imo da própria alma, observa se a sinceridade te preside as resoluções e os atos, no foro da consciência e, se te reconheces, diante, do Senhor, fazendo o melhor que podes, guarda o coração tranquilo e prossegue, de esforço limpo e atitude reta, caminho adiante, na convicção de que "cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus".

(Francisco Cândido Xavier por Emmanuel. In: Palavras de Vida Eterna)

domingo, 12 de abril de 2015

PACIÊNCIA EM ESTUDO

“É na vossa paciência que ganhareis as vossas almas.”
– Jesus (LUCAS, 2:19)

Todos necessitamos de paciência uns para com os outros, mas compete-nos igualmente a todos estudar a paciência em sua função educativa.
Paciência!
É serenidade; calma, porém, não é aprovação ao desequilíbrio.
È compreensão; entendimento, no entanto, não é passaporte ao abuso.
È harmonização; ajuste, todavia, não é apoio à delinquência.
È tolerância; brandura, entretanto, não é coonestação com o erro deliberado.
Paciência, sobretudo, é a capacidade de verificar a dificuldade ou o desacerto nas engrenagens do cotidiano, buscando a solução do problema ou a transposição do obstáculo, sem toques de alarde e sem farpas de irritação.
Em todos os aspectos da paciência, recordamos Jesus.
O Mestre foi, no mundo, o paradigma de semelhante virtude, mas não foi conformista.
Nunca se apassivou diante do mal, conquanto lhe suportasse as manifestações, diligenciando meios de tudo renovar para o bem; e, em lhe lembrando a sinceridade e a franqueza, não nos será lícito esquecer que o Cristo se revelou tão paciente que não hesitou em regressar, depois da morte, ao convívio das criaturas humanas que o haviam abandonado. Ainda assim, é forçoso reconhecer que ele se materializou perante os discípulos que, em maioria, podiam ser iletrados e medrosos, mas suficientemente sinceros para continuar-lhe a obra libertadora, e não diante dos fariseus, altamente intelectualizados e profundos conhecedores das revelações divinas, mas habitualmente atolados em conveniências e preconceitos e, por isso mesmo, capazes de omitir a verdade e estabelecer a perturbação.

(Francisco Candido Xavier por Emmanuel. In: Palavras de vida eterna)

quinta-feira, 9 de abril de 2015

TESTEMUNHO DOMÉSTICO

"Por isso, enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a
todos, mas principalmente aos da família da fé - Paulo.
(Gálatas, 6:10.)
Decerto que o apóstolo Paulo, em nos recomendando carinho especial para com a família da nossa fé, mantinha em vista a obrigação inarredável da assistência imediata aos que convivem conosco.
Se não formos úteis e compreensivos, afáveis e devotados, junto de alguns companheiros, como testemunhar a vivência das lições de Jesus, diante da Humanidade?
Admitimos, porém, à luz da Doutrina Espírita, que o aviso apostólico se reveste de significação mais profunda.
É que, entre os nossos domésticos, estão particularmente os laços de existências passadas, muitos deles reclamando reajuste e limpeza.
Na equipe dos familiares do dia a dia formam, comumente, aqueles Espíritos que, por força de nossos compromissos do pretérito, nos fiscalizam, criticam, advertem e experimentam.
Sempre fácil dar boa impressão a quem não prive intimamente conosco. Num gesto ou numa frase, arrancamos, de improviso, o aplauso ou a admiração de quantos nos encontram exclusivamente na paisagem escovada dos atos sociais.
Diante dos amigos que se despedem de nós, depois de uma solenidade ou de qualquer encontro formal, nada difícil cairmos desastradamente sob a hipnose de lisonja com que se pretende exagerar as nossas virtudes de superfície.
Examinemos, contudo, as nossas conquistas morais, demonstrando-as perante aqueles que nos conhecem os pontos fracos.
Não nos iludamos.
Façamos o bem a todos, mas provemos, a nós mesmos, se já somos bons, fazendo o bem, a cavaleiro de todos os embaraços, diante daqueles que diariamente nos acompanham a vida, policiando o nosso comportamento entre o bem e o mal.

(Francisco Cândido Xavier por Emmanuel. In: Palavras de Vida Eterna)

TESTE


"Jesus, porém, não lho permitiu, mas ordenou-lhe:
vai para tua casa, para os teus. Anuncia-lhes tudo
o que o Senhor te fez e como teve compaixão de ti."
(Marcos, 5:19.)
A exortação de Cristo ao obsidiado, restituído ao próprio equilíbrio, dá que pensar.
Jesus, inicialmente, não lhe permite acompanhá-lo, no apostolado das Boas Novas, alardeando, de público, a alegria de que se vê possuído. Ao invés de júbilos antecipados, recomenda-lhe o retorno ao ambiente caseiro, para revelar aos familiares os benefícios de que se fizera depositário, ante a Providência Divina.
Indiscutivelmente, com semelhante lição, impele-nos o Senhor a reconhecer que é no circulo mais íntimo, seja no lar ou na profissão, que nos cabe patentear a solidez das virtudes adquiridas. Isso porque anunciar princípios superiores, através da aplicação prática à renovação e ao aperfeiçoamento que nos impõem, diante daqueles que nos conhecem as deficiências e falhas, é a fórmula verdadeira de testar a nossa capacidade
de veiculá-los, com êxito, em plano mais vasto e mais elevado.
A indicação não deixa dúvidas.
Se já nos aproximamos do Cristo, assimilando-lhes as mensagens de vida eterna, procuremos comunicá-las, pelo idioma do exemplo, primeiramente aos nossos, aos que nos compartilham as maneiras e os hábitos, as dificuldades e as alegrias. Se aprovados na escola doméstica, onde somos mais rigorosamente policiados, quanto ao aproveitamento real dos ensinamentos nobilitantes que admitimos e apregoamos, decerto que nos acharemos francamente habilitados para o testemunho do Senhor, junto da Humanidade, nossa família maior.

(Francisco Candido Xavier por Emmanuel. In: Palavras de vida eterna)

terça-feira, 7 de abril de 2015

LEGIÃO

"E perguntou-lhe: Qual é o teu nome? Respondeu ele:

Legião é o meu nome, porque somos muitos."

(Marcos, 5:9.)

Consciências oneradas em culpas e desacertos de numerosas reencarnações, ser-nos-á justo ponderar a resposta do espírito conturbado e infeliz à pergunta do Mestre.

"Legião é o meu nome, — disse ele, — porque somos muitos."

Iniludivelmente, ainda hoje, em nos aproximando do Senhor, reconhecemo-nos, não apenas afinados com vários grupos de companheiros tão devedores quanto nós, mas igualmente em lamentável dispersão íntima, qual se encerrássemos um feixe de personalidades contraditórias entre si.

Ao contato das lições de Jesus, é que, habitualmente, nos vemos versáteis e contraproducentes, qual ainda somos... Acreditamos na força da verdade, experimentando sérios obstáculos para largar a mentira; ensinamos beneficência, vinculados a profundo egoísmo; destacamos os méritos do sacrifício pela felicidade alheia, agarrados a vantagens pessoais; manejamos brandura em se tratando de avisos para os outros e estadeamos cólera imprevista se alguém nos causa prejuízo ligeiro; proclamamos a necessidade do espírito de serviço, reservando ao próximo tarefas desagradáveis; pelejamos pela paz nos lares vizinhos, fugindo de garantir a tranquilidade na própria casa; queremos que o irmão ignore os golpes do mal que lhe estraçalham a existência e estamos prontos a reclamar contra a alfinetada que nos fira de leve; salientamos o acatamento que se deve aos Desígnios Divinos e pompeamos exigências disparatadas, em se apresentando o menor de nossos caprichos.

Sim, de modo geral, somos individualmente, diante de Jesus, a legião dos erros que já cometemos no pretérito e dos erros que cultivamos no presente, dos erros que assimilamos e dos erros que aprovamos para nos acomodarmos às situações que nos favoreçam.

 

(Francisco Cândido Xavier por Emmanuel. In: Palavras de Vida Eterna)

HOSPITALIDADE

“Não vos esqueçais da hospitalidade, porque,
por ela, alguns, não o sabendo, hospedaram os anjos.”
– Paulo. (Hebreus, 13:2)

É provável que nem sempre disponhas dos recursos necessários à hospedagem de companheiros da casa.
Obstáculos e vínculos domésticos, em muitas ocasiões, determinam impedimentos.
Se a parentela ainda não se compraz contigo, na cultura da gentileza, não é justo violentes a harmonia do lar, estabelecendo discórdia, em nome do Evangelho que te recomenda servi-los.
Nada razoável empilhar amigos, em espaço irrisório, impondo-lhes constrangimentos, à conta do bem-querer.
Todos nós, porém, conseguimos descerrar as portas da alma e oferecer acolhimento moral.
Nem todos os desabrigados se classificam entre os que jornadeiam sem teto.
Aqui e ali, surpreendemos os que vagueiam, deserdados do apoio e convivência...
Observa e tê-lo-ás no caminho, a te pedirem asilo ao entendimento.
Dá-lhes uma frase de coragem, um pensamento de paz, um gesto de amizade, um momento de atenção.
Às vezes, aquele que hoje se reergue com a tua migalha de amor é quem te vai solucionar as necessidades de amanhã, num carro de bênçãos. Não te digas inútil, nem te afirmes incapaz.
Ninguém existe que não possa auxiliar alguém, estendendo o agasalho da simpatia pelos fios do coração.


(Francisco Cândido Xavier por Emmanuel. In: Palavras de Vida Eterna)

domingo, 5 de abril de 2015

NO ATO DE ORAR


“Qual dentre vós é o homem que se o filho lhe pede um

pão lhe dará uma pedra?” – Jesus.(MATEUS, 7:9)

 

Um pai terrestre, conquanto as deficiências compreensíveis da condição humana, jamais oferece pedra ao filho que pede pão.

Certamente que, em lhe examinando essa ou aquela solicitação, considerará os imperativos de tempo, circunstância, necessidade ou lugar.

Se o filho é ainda criança, não lhe entrega dinamite para brincar, porque o menino formule a rogativa ensopando-se de lágrimas; se o filho jaz perturbado, não lhe confere a direção da família, pelo fato de recolher-lhe petitórios comoventes; se o filho, por várias vezes, deixou a casa em ruína, por desperdício delituoso, não lhe restituirá, de pronto, o governo dos assuntos domésticos, só pelo motivo de se ver rodeado de súplicas; e, se o filho permanece atrasado no progresso escolar, não lhe autoriza regalos prolongados, unicamente porque lhe ouça enternecedores requerimentos.

Em hipótese alguma, aniquilará as esperanças dos descendentes, mas,no interesse deles próprios, lhe concederá isso ou aquilo, consultando-lhes a conveniência e a segurança, até que se ergam ao nível da madureza, responsabilidade, merecimento e habilitação, suscetíveis de lhes assegurar a liberdade de pedir o que desejem.

Isso acontece aos pais terrenos...

Desse modo, se experimentas desconfiança e inquietação, no ato de orar, simplesmente porque choras e sofres, lembra-te da compaixão e do discernimento que já presidem o lar humano e não descreias da perfeita e infinita misericórdia do Pai Celestial.

 

(Francisco Candido Xavier por Emmanuel. In: Palavras de vida eterna)

sábado, 4 de abril de 2015

De migalhas faz-se o pão

Com apenas seis anos, Beatriz Martins decidiu que sua missão seria ajudar o próximo e fazer a corrente do bem se multiplicar.

Um dia, passeando de carro com a família, parou em um semáforo e viu crianças, como ela, pedindo balas para os motoristas.

Chocada, não conseguiu entender as diferenças sociais entre ela e aquelas crianças.

Elas estavam com roupas rasgadas.

Perguntei ao meu pai por que estavam daquele jeito, relembra Bia, inconformada com a cena.

O pai, dedicado, deu a ela algumas explicações sobre as diferenças sociais.

Mesmo assim, eu continuava não entendendo, achava uma injustiça, disse a menina.

A cena não saiu da sua cabeça. Ela queria ajudar.

Apesar de não saber como isso poderia ser feito, passou quatro meses guardando toda bala, pirulito ou doce que ganhasse.

Quando chegasse o natal, o plano era distribuir todos os doces na comunidade daquelas crianças do semáforo.

Surpreso com a atitude da filha, o pai chamou amigos, vizinhos, parentes e quem mais pudesse ajudar para recolher donativos.

No Natal daquele ano, atendemos seiscentas crianças, lembra Bia.

Ela ainda não sabia, mas tinha acabado de fundar sua ONG.

Na Páscoa e nas próximas datas comemorativas, a menina também entrou em ação, alcançando mais duas mil crianças em todo o Estado de São Paulo.

Não demorou muito para a iniciativa ganhar nome – Olhar de Bia – e se consolidar.

Nos dias atuais, com treze anos e articulada como gente grande, Bia não para de multiplicar a corrente.

Ampliou sua assistência para além das comunidades, e passou a fazer ações em escolas e creches.

Em dezembro do ano de 2013, enviou doações para as vítimas das fortes chuvas do Espírito Santo, que deixaram mais de sessenta mil pessoas desabrigadas ou desalojadas.

Somente no Natal de 2013, vinte e dois mil, cento e oitenta e sete itens, entre brinquedos, alimentos, aparelhos eletrônicos, roupas e livros foram distribuídos.

A gente não faz só a ação, é um evento com trio elétrico, mágicos, brinquedos infláveis, tudo com voluntários, conta a garota.

Em sete anos, o Olhar de Bia informa ter atendido mais de cem mil brasileiros.

As pessoas querem ajudar, não sabem como, e sempre vão deixando essa vontade para depois, afirma.

A garotinha, que já foi deputada federal mirim em Brasília, sonha em ser jornalista e lutar pelas causas sociais.

Agora, ela quer mais. Pretende oferecer cursos profissionalizantes para jovens, criar parcerias com outras organizações para levar assistência odontológica a escolas da periferia e construir uma sede para a ONG.

A ideia é espalhar a sementinha, ajudando cada vez mais.

*   *   *

Um gesto de caridade

Apaga muitas feridas

Um minuto de evangelho

Pode salvar muitas vidas.

 

De gotas d’água o ribeiro

É a doce e clara união

De segundos faz-se o tempo

De migalhas faz-se o pão.

 

Redação do Momento Espírita, com base em matéria do site
www.sonoticiaboa.com.br, de 11 de janeiro de 2014, e em versos da poesia
Na jornada de luz, pelo Espírito Casimiro Cunha, psicografia de Francisco
Cândido Xavier, do livro Caridade, ed.IDE.