sábado, 30 de maio de 2015

SE  PERDOARES...

 

       Violentado pela desfaçatez do caluniador que levanta acusações infelizes contra o teu esforço de enobrecimento, pensas: “Deus me vingará!”

       Aturdido em face da injustiça dos julgamentos apressados que ralam os teus mais elevados sentimentos, murmuras: “Terei minha vez, oportunamente, e saberei desforçar-me.”

       Apontado pelo sarcasmo de adversários gratuitos, não obstante a cordialidade que esparzes pelo caminho, reages: “Ver-lhes-ei o fim. Saberei esperar.”

       Traídos nos mais sublimes propósitos de fidelidade e amor, não suportas,  e exclamas: “Alguém cobrará por mim”!

       Ignorado propositadamente pela pessoa a quem te dedicas e que te retribui a afeição com o desprezo, exclamas: “Confio no amanhã, que me fará justiça!”

       Acoimado pela suspeita da impiedade, azorragado pela maledicência e pelo remoque, proferes: “São uns miseráveis! Só a morte para tais.”

       Em muitas situações, embora os conceitos de amor que lucilam no teu coração, não suportas as constrições e derrapas nas margens lodosas da vingança, que assoma em caráter de falso conforto.

       Tisna-se, então, a lucidez, perturba-se a esperança e adentra-se no domicílio da tua mente o tóxico letal do ódio. Violentamente, às vezes, apossa-se da tua paisagem psíquica; sorrateiramente, outras, imiscui-se e insufla revolta, terminando por desarranjar a máquina harmoniosa do teu corpo e o programa da tua vida, infelicitando-te, posteriormente.

       Não se turbe, todavia, a tua mente, nem se perturbem os teus sentimentos, ante as agressões dos frívolos, dos perversos e dos desalmados.

       Não sabem o que fazem. São doentes em estágio de avançada enfermidade, estertorando lamentavelmente.

       Não te contagies com eles.

       Mantém-te em paz contigo mesmo e não te detenhas.

*

       Guardando as mágoas — e na Terra são muitas as dificuldades que surgem produzindo mal-estares — padecerás sob imundícies e conduzirás fluídos deletérios.

       Se perdoares, porém, prosseguirás em clima de renovação superior e em labor otimista.

       O perdão é sempre mais útil a quem o concede.

       Se perdoares o vizinho invigilante, ele se sentirá estimulado a não repetir a experiência perniciosa: poderá ajudar alguém; concederá ensejo de desculpa a outrem que o haja ofendido; sentir-se-á confiante para recomeçar tudo e volver atrás, anulando o erro cometido...

       Se perdoares, auxiliarás a comunidade, medicando com amor o indivíduo que está enfermo a pesar na economia social.

Se perdoares, olvidando a ofensa e ajudado o malfeitor, terás logrado a comunhão com o Mestre Inexcedível que, embora incompreendido, traído, abandonado, martirizado e pregado a duas traves, que eram símbolos de infâmia justiçada, perdoou os que O esqueceram e prossegue até hoje amando-os, qual faz conosco próprios, que a cada instante estamos de mil formas, vigorosas ou sutis, traindo, deturpando, menosprezando, usando indevidamente as sublimes concessões que fruímos para a redenção espiritual, ainda sem o sucesso que já deveríamos ter alcançado.

       Perdoa, portanto, a fim de seres perdoado.

 

(De “Celeiro de Bênçãos”, de Divaldo P. Franco,  pelo Espírito Joanna de Ângelis)

sexta-feira, 29 de maio de 2015

A  META

 

       Está distante a meta, mas a minha atenção não se prende a ela, e sim à rota que tracei para alcançá-la.

       Que sei eu de distância, quando meus sentidos se enganam com miragens? Como me poderei capacitar da distância da meta que hei de alcançar um dia?

       Hei de alcançar porque eu quero alcançar, e eu quero porque Deus em mim assim o quer.

       Fortalecido por essa certeza, que poderá me deter ou me retirar do caminho?

       Sei que terei precipícios a transpor, que avalanche de pedras poderão rolar ainda sobre mim, que talvez mergulhe nos lodaçais do caminho, pela minha imprevidência, que às vezes me desorienta, mas à proporção que sair da cada experiência, estarei mais encorajado para prosseguir, porque eu quero chegar ao meu destino, e lá chegarei, com a ajuda de Deus.

       Aboli pieguismo e choros não me revolto nem me lamento, porque aquele que me criou não necessita que lhe peça nada. Ele sabe tudo que eu preciso e me dará suas dádivas à medida que eu precisar ou souber usá-las; e, à minha súplica, me retirará da lama em que estiver mergulhado, levado por minhas paixões; me erguerá iluminado, e se eu lhe pedir, como anseio de minha vida, me dará o sol o seu pura amor. Ele me dará na hora exata tudo o que eu precisar, e não o que eu lhe pediria em minha ignorância.

       Portanto, não gasto energia em pedidos pueris, reservando-a para alimentar meu propósito de chegar aos “pés do Mestre”.

       Adiante, amigos e companheiros de caminhada terrena. Se não estou mais entre vós, estou em lugar onde também luto e anseio por alcançar o mesmo ideal vosso.

       Não esmoreçais, ainda que a tempestade mais assustadora vos surpreenda na estrada.. A tempestade experimenta apenas a vossa fé e a vossa convicção. Se não fugirdes apavorados, ela passará e contemplareis a calmaria onde o céu é mais azul e a brisa mansa e amena vos acariciará a alma.

 

(De “...A Verdade e a Vida”, de Cenyra Pinto

quinta-feira, 28 de maio de 2015

ORAR  E  AGIR

Ore pelo próximo, mas também:

 

       providencie-lhe ajuda;

       atenda-lhe a rogativa;

       pacifique-lhe o coração;

       oferte-lhe o agasalho;

       socorra-lhe o estômago;

       ofereça-lhe o remédio;

       desculpe-lhe a frase infeliz;

       sustente-lhe a coragem;

       fortaleça-lhe a esperança;

       estenda-lhe o perdão;

       reerga-lhe o ânimo;

       esqueça-lhe as ofensas;

       responda-lhe ao cumprimento;

       ampare-lhe a família em necessidade;

       forneça-lhe orientação segura.

*

       Oremos a Deus em benefício dos semelhantes, mas também auxiliemo-lo através da ação eficaz.

       Jesus orou várias vezes no decorrer de sua missão, entretanto, sempre trabalhou efetivamente em favor do próximo.

 

(De “Decisão”, de Antônio Baduy Filho, pelo Espírito André Luiz)

(texto enviado por: "Cristiano de Almeida")

     

quarta-feira, 27 de maio de 2015

O  LAR


O Lar não é somente o santuário de alvenaria, onde reconfortas o corpo. É também o reino das almas, onde o teu coração reclama a bênção da paz e a alegria de viver (Néio Lúcio).

       O lar não é somente a casa de habitação, as paredes levantadas e o telhado que nos abriga. É um campo preparado para semear a bondade e a compreensão. É ponto de encontro de velhos conhecidos, grandes amigos ou desafetos de outras existências que obtiveram de Deus a possibilidade do reencontro ou da reconciliação.
Triste é o lar onde o desentendimento fala mais alto que o esquecimento do mal e onde ninguém consegue aceitar o outro tal qual ele é.
       Talvez o seu lar não seja o refúgio de paz e conforto espiritual com que sempre sonhou. Mas ele é sempre resultado das afeições que ali semeamos, das boas ou más sementes que escolhemos plantar na vida presente ou no passado distante.
       Podemos ainda hoje, com nossas atitudes, iniciar o reino da harmonia em nossos lares. Mesmo que não possamos evitar de colher os frutos do plantio anterior, a prática dos ensinamentos de Jesus será garantia de crescente tranquilidade íntima e único meio de alcançar a felicidade comum no porvir.
       Lar é construção de amor sobre as bases do respeito mútuo e do perdão.
       É a primeira oportunidade que Deus oferece ao homem, todos os dias, de exercitar as qualidades espirituais que o aproximam da perfeição.

(De “Um Pouco Por Dia”, de Rita Foelker)(Texto enviado por: "Cristiano de Almeida")

terça-feira, 26 de maio de 2015

OÁSIS  DE  LUZ

 

      Suave, suavemente, belo jorro de luz desceu da Amplidão, coroando, de todo, a casa singela.

       Dir-se-ia que a construção fora atingida em segundo por fúlgura cascata de raios luminescentes

       Inflamara-se o teto de láurea rutilante.

       As paredes coloridas por luminárias ocultas faziam-se transparentes, despedindo bonançosas centelhas.

       De janelas e portas,  fluíram de inesperado, caudais de bênçãos, qual se o ambiente interior estivesse inundado de nutriente energia.

       Chamas blandiciosas dissolviam as sombras, desabotoando prematura alvorada em meio às trevas noturnas e o firmamento, nos cimos, parecia cálida umbela deitando flores argenteadas sobre o anônimo ninho humano, que passara da condição de apagado recinto à ilha refulgente no mar escuro de alvenaria.

       Os insetos da noite ciciaram com mais brandura, cães das proximidades aplacaram ladridos e os habitantes de residências vizinhas experimentaram sem perceber a intangível presença de paz profunda.

       Contudo, na intimidade doméstica, acentuava-se, deslumbrante, o painel festivo,  qual se varinha mágica fizesse nascer de pessoas e cousas, balsâmicas radiações de entendimento e simpatia.

       Trajara-se a sala modesta de surpreendente grandeza, convertida em deleitoso remanso por banho lustral de amor puro que fixava sorrisos musicais de bondade em cada fisionomia.

       Halos fulgurantes revestiram todas as formas alindando-lhes os traços e as cores sob o poder de ignoto cinzel.

       Auréolas de esplendor tocaram os moradores, lágrimas de jubilosa esperança tremularam, furtivas, em olhos alumiados de reconforto, rostos brilharam confiantes, impregnaram-se as frontes de lume tênue, palavras ressoaram mais ternas, tonificaram-se corações em novos haustos de força e alcandorou-se a emoção a eminências desconhecidas, em transportes de irresistível candura.

       Na esteira de luz em torno, transeuntes do Espaço respiraram felizes, enquanto, não longe, menestréis da Vida Maior, vocalizaram canções de bom ânimo para todo o grupo tocado de intenso brilho.

       A transfiguração arrebatadora e imprevista era Jesus, o conviva celeste em visita à casa humilde: instalara-se ali, o culto santificante do Evangelho no lar.

Meimei

(De “Ideal Espírita”, de Francisco Cândido Xavier – Autores diversos)

segunda-feira, 25 de maio de 2015

A  PREGUIÇA


       A preguiça é um grave defeito da vontade, caracterizando-se pela falta de impulso para o trabalho.
       Muitos preguiçosos são francamente do “dolce far niente”. Sua filosofia é:”plantando, dá; não plantando, dão; então, não planto, não.”
.......
       Jesus condena, com veemência, a ociosidade e a preguiça, ao mesmo tempo que exalta o espírito de trabalho, estimulando-o com reiteradas promessas de recompensa.
       Haja vista a parábola dos trabalhadores e das diversas horas do trabalho, a dos dois filhos, a das dez virgens, a dos talentos, a do servo vigilante etc.
       Não bastasse o testemunho de sua própria vida, que foi um belíssimo exemplo de trabalho, quer como humilde carpinteiro na oficina de José, quer como carinhoso médico dos enfermos e sofredores de todos os matizes, quer ainda como incansável arauto da Boa Nova, assim se expressou Ele certa vez: “Meu Pai até agora não cessa de trabalhar e eu obro também incessantemente.” (João, 5:7)
.......
       A Doutrina Espírita, estendendo e aprofundando os ensinamentos evangélicos, adverte-nos que “cada um terá que dar contas da inutilidade voluntária de sua existência, inutilidade sempre fatal à felicidade futura”, e que, para garantir uma boa situação no mundo espiritual, “não basta que o homem não pratique o mal, cumprindo-lhe fazer o bem no limite de suas forças, porquanto responderá por todo o mal que haja resultado de não haver praticado o bem.”
       Saibamos, portanto, aproveitar todos os instantes de nossa vida, empregando-os em alto útil, para que, ao se findarem nossos dias à face da Terra, possamos ser incluídos entre aqueles que as vozes do Céu proclamam bem-aventurados, “porque suas obras o acompanham” (Apoc., 14:13)

(De “Páginas de Espiritismo Cristão”, de Rodolfo   Calligaris)
(Texto enviado por: "Cristiano de Almeida")

domingo, 24 de maio de 2015

PALAVRAS  DE  ESPERANÇA


Estudos e dissertações, 1ª Parte, Cap. XI, item 8, de “O Céu e o Inferno”, de Allan Kardec.

        Se não admites a sobrevivência, depois de morte, interroga aqueles que viram partir os entes mais caros.
       Inquire os que afagaram as mãos geladas de pais afetuosos, nos últimos instantes do corpo físico; sonda a opinião das viúvas que abraçaram os esposos, na longa despedida, derramando as agonias do coração, no silêncio das lágrimas; informa-te com os homens sensíveis que sustentaram nos braços as companheiras emudecidas, tentando, em vão, renovar-lhes o hálito na hora extrema; procura  palavra das mães que fecharam os olhos dos próprios filhos, tombados inertes nas primaveras da juventude ou nos brincos da infância... Pergunta aos que carregaram um esquife como quem sepulta sonhos e aspirações no gelo do desalento, e indaga dos que choram sozinhos, junto às cinzas de um túmulo, perguntando por quê...
       Eles sabem, por intuição, que os mortos vivem, e reconhecem que, apenas por amor deles, continuam igualmente a viver.
       Sentem-lhes a presença, no caminho solitário em que jornadeiam, escutam-lhes a voz inarticulada com os ouvidos do pensamento e prosseguem lutando e trabalhando, simplesmente por esperarem os supremos regozijos do reencontro.
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       Se um dia tiveres fome de maior esperança, não temas, assim, rogar a inspiração e a assistência dos corações amados que te precederam na grande viagem. Estarão contigo, a sustentarem-te as energias, nas tarefas humanas, quais estrelas no céu noturno da saudade, a fim de que saibas aguardar, pacientemente, as luzes da alva.
       Busca-lhes o clarão de amor, nas asas da prece, e, se nos templos veneráveis do Cristianismo, alguém te fala de Moisés, reprimindo as invocações abusivas de um povo desesperado, lembra-te de Jesus, ao regressar do sepulcro para a intimidade dos amigos desfalecentes, exclamando, em transportes de júbilo: "A paz seja convosco.”

(De “Justiça Divina”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel)

O ESTRANHO CANSAÇO

    Quando você estiver pensando:
    nas hostilidades do mundo...
    nas aflições capazes de surgir...
    nos erros das pessoas queridas...
    na desorientação de algum parente...
    nos críticos que lhe observam a estrada...
    na angústia que lhe ensombra o coração...
    no desprezo de que se crê vítima...
    nas ingratidões que supõe haver sofrido...
    na deserção de algum ente amado...
    nos seus próprios desejos desatendidos...
    Não se admita em doença grave, nem julgue que você esteja  querendo socorrer o mundo ou melhorá-lo.
    Com semelhantes problemas você apenas demonstra que se cansou de  estar unicamente em si mesmo, na concha do "eu", em que se isola.
    Quando isso estiver acontecendo consigo, você tão-somente sofre de cansaço emocional e, para curar-se, basta uma indicação:
    - Busque esquecer-se, fuja de si mesmo, reflita nos problemas  dos companheiros em dificuldades maiores do que as nossas e procuremos trabalhar.
(Francisco Cândido Xavier por André  Luiz. In:  Respostas da Vida)

sexta-feira, 22 de maio de 2015

COM O QUE TENS




    Narram os versículos primeiros do capítulo 3 de Atos dos Apóstolos, no Novo Testamento, que Pedro e João subiram ao templo para orar.

    Perceberam, ao lado da porta, um coxo de nascimento, que era diariamente trazido, e ali deixado, a fim de esmolar.

    Ao ver os dois apóstolos por ele passarem, fez a sua rogativa.  Pedro pôs nele os olhos e lhe disse: "Olha para nós.”

    O homem os olhou com atenção, ficando na expectativa de que eles lhe dessem alguma coisa.

    Mas o velho apóstolo, passando as mãos ao longo da túnica rústica, emocionado, falou: "Não tenho prata nem ouro.”

    Na seqüência, distendeu os braços na direção do mendigo e com os olhos marejados de sentidas lágrimas, usou a voz embargada para falar: "Mas o que tenho, isso te dou: em nome de Jesus Cristo Nazareno, levanta-te, e anda.”

    Tomou-lhe da mão direita, levantou-o e imediatamente as pernas se consolidaram, os pés se firmaram e o coxo pôs-se a andar, exultando de felicidade.

    Meditemos na profundidade da lição.  Pensemos em como seria o Mundo se todos os homens estivessem resolvidos a dar o que possuem para a edificação do bem geral.

    Ainda hoje, muitos dizemos: "Como poderei dar se não tenho?” e outros: "Quando tiver, darei.” Contudo, para o serviço real do bem, não necessitamos, em caráter absoluto, dos bens perecíveis da Terra.

    O homem generoso distribuirá dinheiro e utilidades com os necessitados que encontre pelo caminho.

    Entretanto, se não realizou em si mesmo o sentimento do amor, que é sua riqueza legítima, não fixará dentro de si a luz e a alegria que nascem das dádivas.

    Todos trazemos conosco as qualidades nobres já conquistadas.  Não há ninguém tão pobre que não possa se dar.  Dar de si mesmo.

    Pedro ofereceu seu amor ao pedinte e lhe devolveu o uso das pernas, o que o retirou, desde então, da condição de mendigo.

    Curado, a possibilidade do trabalho e o conseqüente ganho honrado se lhe abriram.

    Também nós podemos dar do que temos, agora, no momento que se faz precioso.

    Todos os que esperamos pelo dinheiro, pelas posses, para contribuir nas boas obras, em verdade ainda nos encontramos distantes da possibilidade de ajudar a nós próprios.

    Doar-se é servir com desinteresse.  Dar das nossas horas, do nosso tempo, das nossas habilidades.  Há tanto para dar, desde que cada criatura, na Terra, é depositária da enorme fortuna que angariou ao longo dos séculos, nas várias vidas.

    Fortuna que não se guarda em cofres ou casas bancárias, mas se aloja na intimidade do coração e na lucidez da mente.

* * *
    O discípulo de Jesus que, na relação dos apóstolos, é chamado Pedro chamava-se Simão.

    Ele nasceu em Betsaida, mas na época do seu encontro com Jesus morava em Cafarnaum.

    Pedro é a forma masculina que em grego significa rocha. Talvez por isto mesmo tenha recebido de Jesus, desde o primeiro encontro, o apelido aramaico de Cefas, que significa rocha.
(Redação do Momento Espírita, com base nos versículos 1 a 8, do cap.  3 de Atos dos apóstolos; no cap.  XXVI do livro Esquina de pedra, de Wallace Leal Rodrigues, ed.  O Clarim e no verbete Pedro (I) do Dicionário enciclopédico da bíblia, de A.  Van den Born, ed.  Vozes. -

quinta-feira, 21 de maio de 2015

O PONTO CERTO



"Por isso também os que sofrem, segundo a vontade de Deus,
encomendam as suas almas ao fiel Criador, na prática do bem".
- Pedro (I Pedro, 4:19)


Basta que o sofrimento nos alcance de leve a sentimo-nos para logo necessitados da Assistência Divina.
Ainda quando filosofias negativistas nos tenham desfigurado o raciocínio ou a palavra, se o perigo nos ameaça, secreta intuição nos afirma que Deus zela por nós e para Deus nos voltamos de imediato.
Enquanto isso ocorre, vale pensar na forma aconselhável e justa de nos encomendarmos ao Criador.
Decerto que muitas maneiras existem de preparar semelhante ato de confiança, tais como a oração que sublima e o estudo que esclarece, o trabalho que realiza e o entendimento que reconforta; entretanto, o modo único de nos dirigirmos corretamente ao Pai que está nos Céus, é aquele da prática do bem.
Não nos iludamos.
Mais dia, menos dia, todos sofrem.
Há, contudo, quem sofra com revolta, com desânimo, com desespero, com rebeldia, perdendo o valor da prova em que se vê. Convençamo-nos, assim, sejam quais forem as circunstâncias em que nos achemos, que o processo exato de nos encomendarmos à Providência Divina será, na essência, auxiliar, abençoar, desculpar e servir, sempre e sempre, em toda parte, porquanto o serviço ao próximo é o ponto certo de nossa ligação com Deus.

(Francisco Cândido Xavier por Emmanuel. In: Segue-me)

SOMENTE ASSIM



"Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto;
e assim sereis meus discípulos."
- Jesus. (JOÃO, 15:8.)

Em nossas aflições, o Pai é invocado.
Nas alegrias, é adorado.
Na noite tempestuosa, é sempre esperado com ânsia.
No dia festivo, é reverenciado solenemente.
Louvado pelos filhos reconhecidos e olvidado pelos ingratos, o Pai dá sempre, espalhando as bênçãos de sua bondade infinita entre bons e maus, justos e injustos.
Ensina o verme a rastejar, o arbusto a desenvolver-se e o homem a raciocinar.
Ninguém duvide, porém, quanto à expectativa do Supremo Senhor a nosso respeito. De existência em existência, ajuda-nos a crescer e a servi-Lo, para que, um dia, nos integremos, vitoriosos, em seu divino amor e possamos glorificá-Lo.
Nunca chegaremos, contudo, a semelhante condição, simplesmente através dos mil modos de coloração brilhante dos nossos sentimentos e raciocínios.
Nossos ideais superiores são imprescindíveis, e no fundo assemelham-se às flores mais belas e perfumosas da árvore. Nossa cultura é,sem dúvida,indispensável, e, em essência, constitui a robustez do tronco respeitável. Nossas aspirações elevadas são preciosas e necessárias, e representam as folhas vivas e promissoras.
Todos esses requisitos são imperativos da colheita.
Assim também ocorre nos domínios da alma.
Somente é possível glorificar o Pai quando nos abrimos aos seus decretos de amor universal, produzindo para o bem eterno.
Por isso mesmo, o Mestre foi claro em sua afirmação.
Que nossa atividade, dentro da vida, produza muito fruto de paz e sabedoria, amor e esperança, fé e alegria, justiça e misericórdia, em trabalho pessoal digno e constante, porquanto, somente assim o Pai será por nós glorificado e só nessa condição seremos discípulos do Mestre Crucificado e Redivivo.

(Francisco Cândido Xavier por Emmanuel. In: Segue-me)

terça-feira, 19 de maio de 2015

JESUS E ORAÇÃO



        Na pobreza da manjedoura, vemos a primeira oração do ambiente de Cristo, exalçando a humildade.

        Expulso de cada lar da cidade a que se acolhe, o Excelso Embaixador, ao invés de inspirar amargura e revolta, sugere aos que O rodeiam o cântico de louvor a Deus e da paz que alcance todas as criaturas.

        Desde então, mantém a prece no caminho, expressando obediência a Deus e amor aos semelhantes.

        Começa o ministério, prestigiando a ventura da comunhão doméstica nas Bodas de Canan e ora sempre, no alarido da praça ou na calma do campo, na ativa plantação de bondade e esperança, fortaleza e consolo.

        Ao pé de cada enfermo, roga a bênção do Pai em favor dos que choram, sem que se lembre de qualquer petição de socorro a si mesmo.

        Implora, em tom veemente, o retorno de Lázaro ao conforto da Terra sem suplicar a Deus que o liberte da morte.

        Exora para Pedro, o amigo invigilante, resguardo à tentação que viria prová-lo, entregando-se, após, à sanha de carrascos insanos.

        No jardim solitário ora em silêncio, perante os aprendizes que dormem, descuidados, rogando, antes de tudo, se cumpram os desígnios do Pai Misericordioso.

         E, exausto no suplício, podendo recorrer à justiça do mundo, pede ao Pai Todo Amor, perdão para os algozes, sem tocar de leve nas chagas que O cruciam.

        Recordemos o Mestre da Verdade e lembrar-nos-emos de que a prece — a mais expressiva de todas — é socorrer, primeiro, a quem sofre conosco entre a sombra e a penúria, porquanto edificando a alegria dos outros, a Divina Providência virá, cada minuto, ao nosso próprio encontro, a envolver-nos a fé em perene alegria.

(Francisco Cândido Xavier/Emmanuel. In: Abrigo

segunda-feira, 18 de maio de 2015

JUSTIÇA E CARIDADE


        Ninguém nega que a Terra é estágio de expiações dolorosas.
       Miséria, fome, nudez, enfermidades, isolamento e inibições são algumas das muitas maneiras pelas quais a Lei de Causa e Efeito reequilibra propósitos e renova corações.
       Apesar disso, em nenhuma época, o homem fugiu ao esforço construtivo de melhorar o ambiente em que vive.
       Facilitou o aprendizado.
       Aumentou o próprio conforto.
       Encurtou distâncias.
       Subjugou a hostilidade do clima.
       Superou acidentes geográficos.
       Construiu transportes eficientes.
       Instalou telecomunicações.
       Aperfeiçoou conhecimentos.
       Difundiu a cultura.
       Venceu doenças.
       Enriqueceu a Ciência.
       Enobreceu a solidariedade, firmando conceitos de justiça social.
       A toda dificuldade que a morada terrestre lhe apresenta, o homem responde com trabalho perseverante, atenuando as asperezas do caminho.
-o-o-
       Não hajas de modo diferente, quando encontrares alguém batido pelo infortúnio.
       Diante da criatura em sofrimento, pensa, sim, na reencarnação que refaz e reajusta através de conflitos e aflições.
       Contudo, pensa também na caridade, enxugando as lágrimas de quantos suportam o pesado fardo das provações, na certeza de que Deus é Justiça que corrige, mas é igualmente o Amor Incondicional que por tuas mãos ajuda e consola, ampara e compreende.

(De “Decisão”, de Antônio Baduy Filho, pelo Espírito André Luiz) (Texto enviado por: "Cristiano de Almeida")
(desenho:Penny Parker)
      

domingo, 17 de maio de 2015

Mãos  à  obra


“Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais,
cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação.
Faça-se tudo para edificação.” Paulo. (I CORÍNTIOS, 14:26).


       A igreja de Corinto lutava com certas dificuldades mais fortes, quando Paulo lhe escreveu a observação aqui transcrita.

       O conteúdo da carta apreciava diversos problemas espirituais dos companheiros do Peloponeso, mas podemos insular o versículo e aplicá-lo a certas situações dos novos agrupamentos cristãos, formados no ambiente do Espiritismo, na revivescência do Evangelho.

       Quase sempre notamos intensa preocupação nos trabalhadores, por novidades em fenomenologia e revelação.

       Alguns núcleos costumam paralisar atividade quando não dispõem de médiuns adestrados.

       Por quê?

       Médium algum solucionará, em definitivo, o problema fundamental da iluminação dos companheiros.

       Nossa tarefa espiritual seria absurda se estivesse circunscrita à frequência mecânica de muitos, a um centro qualquer, simplesmente para assinalarem o esforço de alguns poucos.

       Convençam-se os discípulos de que o trabalho e a realização pertencem a todos e que é imprescindível se movimente cada qual no serviço edificante que lhe compete. Ninguém alegue ausência de novidades, quando vultosas concessões da esfera superior aguardam a firme decisão do aprendiz de boa-vontade, no sentido de conhecer a vida e elevar-se.

       Quando vos reunirdes, lembrai a doutrina e a revelação, o poder de falar e de interpretar de que já sois detentores e colocai mãos à obra do bem e da luz, no aperfeiçoamento indispensável.


(De “Pão Nosso”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel)(texto enviado por Cristiano de Almeida)

sábado, 16 de maio de 2015

ESTE  DIA

   Este dia é o seu melhor tempo, o instante de agora.
    Se você guarda inclinação para a tristeza, este é o ensejo de meditar na alegria da vida e de aceitar-lhe a mensagem de renovação permanente.
    Se a doença permanece em sua companhia, surgiu a ocasião de tratar-se com segurança.
    Se você errou, está no passo de acesso ao reajuste.
    Se esse ou aquele plano de trabalho está incubado em seu pensamento, agora é o momento de começar a realizá-lo.
    Se deseja fazer alguma boa ação, apareceu o instante de promovê-la.
    Se alguém aguarda as suas desculpas por faltas cometidas, terá soado a hora em que você pode esquecer qualquer ocorrência infeliz e sorrir novamente.
    Se alguma visita ou manifestação afetiva esperam por você chegou o tempo de atendê-las.
    Se precisa estudar determinada lição, encontrou você a oportunidade de fazer isso.
    Este dia é um presente de Deus, em nosso auxílio; de nós depende aquilo que venhamos a fazer com ele.

 

(Francisco Cândido Xavier por André Luiz. In: Respostas da Vida)

 

sexta-feira, 15 de maio de 2015

POR UM MUNDO MELHOR



    Você acredita que o mundo pode ficar melhor?

    Pois um jovem escreveu um texto, dirigindo-se a um personagem da história que cometeu muitos desatinos em nome do poder, e que estava nas mãos da justiça para julgamento.

    O texto diz mais ou menos o seguinte:

    "Desejo-lhe, sinceramente, um julgamento justo, de acordo com o direito e, na medida do possível, uma cela limpa, cômoda e digna. Tomara que ninguém bata no senhor, que ninguém o submeta a humilhações.

    Que não confisquem sua casa nem seu carro nem destruam sua biblioteca.

    Que não tapem seus olhos nem o atirem no chão para dar-lhe chutes e coronhadas.

    Que não o pendurem pelos polegares, nem lhe administrem descargas elétricas.

    Que não o mutilem nem o afoguem em água suja, nem tentem asfixiá-lo metendo sua cabeça num saco plástico.

    Que não o ceguem e não quebrem os ossos de suas mãos.

    Que não seqüestrem seus irmãos nem façam maldades com suas filhas.

    Quero dizer, senhor, oxalá não façam nada do que seus subordinados fizeram, sob suas ordens e responsabilidade, a milhares de cidadãs e cidadãos de vários países do mundo.

    Desejo que organizem um julgamento justo e que preparem uma cela limpa e cômoda, onde possa passar seus últimos dias sem frio nem fome.

    Não é nada pessoal. É que, se a gente conseguir isso, a humanidade terá dado um grande passo para o reencontro consigo mesma e, por conseguinte, para a construção de um mundo melhor."

    Nas palavras desse jovem, podemos encontrar a fórmula para a conquista de um mundo novo, sem violência nem desrespeito aos direitos do cidadão.

    Muito se fala em acabar com a violência, mas muita violência se emprega nessa tentativa.

    Quando a humanidade compreender que é preciso mostrar a outra face, então estaremos a um passo da paz.

    A face oposta da violência é a não-violência, e a do desrespeito é o respeito.

    Enquanto os métodos para combater a crueldade forem cruéis, não se logrará êxito algum.

    Enquanto se tentar apagar incêndios com álcool ou gasolina, as chamas continuarão destruindo.

    Mas, no momento em que forem usados produtos que realmente ponham fim às labaredas, teremos a solução do problema, e não o seu agravamento.

    Assim, o jovem tem toda razão em desejar um tratamento oposto ao que foi oferecido por aquele líder arbitrário e equivocado.

    Se, ao contrário, lhe fosse oferecida a violência como punição, seus juízes seriam como ele, e o círculo da crueldade jamais se romperia.

    Quando todos nós pensarmos como aquele jovem, a humanidade poderá fechar, definitivamente, a página que encerra um capítulo da sua história, da qual a violência fazia parte.

    Pense nisso!

    Jesus Cristo foi o grande Mestre da não-violência e do perdão.

    Quando o soldado, aproveitando-se do fato de Ele estar preso, O esbofeteia, o Jesus lhe pergunta com toda serenidade: "Se errei, aponta meu erro. Mas, se não errei, por que me bates?"

    Esse, sem dúvida, foi um ensinamento significativo sobre a maneira de pôr um ponto final na violência.

    Verdadeiramente sábio, é aquele que não revida.

    É aquele que oferece a face oposta da ira, da prepotência, da arbitrariedade.

    E essa face só pode ser e da indulgência.

(Equipe de Redação do Momento Espírita, com base em mensagem escrita por um jovem, dirigida a um governante que está sendo julgado por crimes contra cidadãos.- http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=839&let=P&stat=0)

 

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Não se turbe o vosso coração

"Não se turbe o vosso coração; crede em Deus, crede
também em mim."
(JOÃO, 14:1.)
O coração humano vive inquieto e aflito, precisamente porque carece de fé, a virtude que gera e mantém a serenidade de espírito, a segurança inabalável, qualquer que seja a conjuntura em que nos encontremos.
Por isso, o médico do corpo e da alma preceitua o remédio que cura todas as tribulações: "Crede em Deus, credetambém em mim".
Crer em Deus é crer na vida, no testemunho positivo, concreto e real do Universo, desse Universo do qual fazemos parte integrante; é crer na infinita criação, nos mundos e nos sóis de todas as grandezas cujo número é incontável; é crer, em suma, nas realidades externas e internas, isto é, na vida que nos cerca e na vida que palpita em nosso eu, onde fala a inteligência, onde se manifesta a vontade, onde vibra o sentimento.
Crer em Jesus é crer no Enviado de Deus, naquele através de cujo verbo nos é dado conhecer a verdade e em cujos exemplos podemos perceber e sentir o reflexo do maior e do mais excelente dos atributos divinos — o amor; crer em Jesus é crer na imortalidade comprovada na sua ressurreição e na ressurreição de todos os que tombam ao golpe inexorável da morte; crer em Jesus é crer na máxima sublimidade da vida, expressa em sua consagração em prol do bem e da felicidade de outrem.
A fé, portanto, que o Mestre inculca a seus discípulos é aquela que se funda na aprovação de fatos incontestáveis, visíveis e palpáveis, que afetam os sentidos e a razão, as restritas possibilidades do homem e as imensas possibilidades do espírito. Essa fé nos conduz ao caminho da verdadeira Vida em sua expansão infinita e em sua eterna manifestação.
Nessa infinita expansão da sua eterna manifestação, a Vida revela o seu objetivo, que consiste em conduzir a criatura ao Criador, mediante a lei incoercível da evolução.
Semelhante fé, em realidade, redime o pecador, elevando, enobrecendo e santificando as almas.
Não se turbe, pois, o nosso coração. Conquistemos paz e serenidade, firmeza e perseverança, crendo em Deus e no seu Cristo, através das provas animadas e veementes que a Vida mesma nos proporciona.

(Na Seara do Mestre. Vinícius)
     

MELINDRES


- Não permita que suscetibilidades lhe conturbem o coração.
- Dê aos outros a liberdade pensar, tanto quanto você é livre para pensar como deseja.
-  Cada pessoa vê os problemas da vida em ângulo diferente.
-  Muita vez, uma opinião diversa da sua pode ser de grande auxílio em sua experiência ou negócio, se você se dispuser a estudá-la.
- Melindres arrasam as melhores plantações de amizade.
- Quem reclama, agrava as dificuldades.
- Não cultive ressentimentos.
- Melindrar-se é um modo de perder as melhores situações.
- Não se aborreça, coopere.
- Quem vive de se ferir, acaba na condição de espinheiro.

Espírito André Luiz - psicografia de Chico Xavier
Livro Sinal Verde, capítulo 23

terça-feira, 12 de maio de 2015

JULGAMENTOS


           Observando os atos dos outros, é importante lembrar que os outros igualmente estão anotando os nossos. Sabemos, no entanto, de experiência própria que, em muitos acontecimentos da vida, há enorme distância entre as nossas intenções e nossas manifestações.
         Quantas vezes somos interpretados como ingratos e insensíveis, por havermos assumido atitude enérgica ante determinado setor de nossas relações, após atravessarmos, por longo tempo, complicações e dificuldades, nas quais até mesmo os interesses alheios foram prejudicados em nossas mãos? E quantas outras vezes fomos considerados relapsos ou pusilânimes, à vista de termos praticado otimismo e benevolência, perante aqueles com os quais teremos chegado ao extremo limite da tolerância?
         Em quantas ocasiões estamos sendo avaliados por disciplinadores cruéis, quando simplesmente desejamos a defesa e a vitória do entes que mais amamos, e em quantas outras passamos por tutores irresponsáveis e levianos, quando entregamos as criaturas queridas às provas difíceis que elas mesmas disputam, invocando a liberdade que as Leis do Universo conferem a cada pessoa consciente de si?
         Reflete nisso e não julgues o próximo, através de aparências. Deixa que o AMOR te inspire qualquer apreciação, e, quando necessites pronunciar algum apontamento, num processo de emenda, coloca-te no lugar do companheiro sob censura e encontrarás as palavras certas para cooperar na obra de ilimitada misericórdia com que DEUS opera todas as construções e todos os reajustes.
         Corrige amando o que deve ser corrigido e restaura servindo o que deve ser restaurado; entretanto, jamais condenes, porque o Senhor descobrirá meios de invalidar as posições do mal para que o bem prevaleça, e, toda vez que as circunstâncias te exijam examinar os atos dos outros, recorda que os nossos atos, no conceito dos outros, estão sendo examinados também.
( Francisco Cândido Xavier por Emmanuel. In: Alma e Coração)

segunda-feira, 11 de maio de 2015

BILHETE FRATERNO

“Qualquer que vos der a beber um copo d’água em meu nome,em
verdade vos digo que não perderá o seu galardão”.
JESUS, MATEUS, 9:41
Meu amigo, ninguém te pede a santidade dum dia para outro.
Ninguém reclama de tua alma espetáculos de grandeza.
Todos sabemos que a jornada humana é inçada de sombras e aflições criadas por nós mesmos.
Lembra-te, porém, de que o Céu nos pede solidariedade, compreensão, amor...
Planta uma árvore benfeitora, à beira do caminho.
Escreve algumas frases amigas que consolem o irmão infortunado.
Traça pequenina explicação para a ignorância.
Oferece a roupa que se fez inútil agora ao teu corpo ao companheiro necessitado, que segue à retaguarda.
Divide, sem alarde, as sobras de teu pão com o faminto.
Sorri para os infelizes.
Dá uma prece ao agonizante.
Acende a luz de um bom pensamento para aquele que te precedeu na longa viagem da morte.
Estende o braço à criancinha enferma.
Leva um remédio ou uma flor ao doente.
Improvisa um pouco de entusiasmo para os que trabalham contigo.
Emite uma palavra amorosa e consoladora onde a candeia do bem estiver apagada.
Conduze uma xícara de leite ao recém-nascido que o mundo acolheu sem um berço enfeitado.
Concede alguns minutos de palestra reconfortante ao colega abatido.
O rio é um conjunto de gotas preciosas.
A fraternidade é um sol composto de raios divinos, emitidos por nossa capacidade de amar e servir.
Quantos raios libertaste hoje do astro vivo que é teu próprio ser imortal?
Recorda o Divino mestre que teceu lições inesquecíveis, em torno do vintém de uma viúva pobre, de uma semente de mostarda, de uma dracma perdida...
Faze o bem que puderes.
Ninguém espera que apagues sozinho o incêndio da maldade.
Dá o teu copo de água fria.

(Francisco Cândido Xavier por Emmanuel. In: Segue-me)

domingo, 10 de maio de 2015

EDUCAÇÃO MODERNA

Irmão Saulo
Uns condenam a educação moderna, saudosos dos tempos em que as crianças obedeciam aos pais pelo olhar e tremiam diante do mestre. Outros aprovam a nova educação sem a conhecer e fazem do seu princípio de liberdade uma forma de abandono. Não há liberdade irrestrita, pois a liberdade só pode existir dentro das condições necessárias. Um homem solto no espaço, livre até mesmo da gravitação, não pode fazer coisa alguma e perecerá na desolação. Para que ele tenha liberdade é preciso que esteja condicionado pelo meio físico, pisando a terra e aspirando o ar, condicionado pelo corpo e pelo meio familiar e social, e assim por diante.
A educação antiga era uma forma de domesticação. As crianças eram tratadas como animais. A educação moderna, a partir de Rousseau, é uma forma de compreensão. O seu princípio básico não é a liberdade, mas a compreensão da criança como um ser em desenvolvimento. O seu objetivo não é o abandono da criança a si mesma e sim o cultivo paciente da criança, para que possa crescer sadia no corpo e no espírito. Os maus juízos sobre a nova educação provêm do seu desconhecimento pelos pais e pelos mestres, muitos dos quais não possuem aptidão para educar.
Para os órfãos, o trecho citado de 0 Evangelho Segundo o Espiritismo prescreve-nos ajudá-los, livrá-los da fome e do frio, orientar suas almas para que não se percam no vicio. Esse o programa da nova educação. Seria um contra-senso convertermos os nossos filhos em órfãos, entregues a si mesmos, ao invés de vigiá-los, descobrir-lhes os maus pendores, corrigir-lhes as arestas morais e orientá-los para o futuro.
Os depositários de bens materiais cuidam deles para que não se deteriorem. O lavrador cuida das suas plantações para que produzam. Os pais, depositários de almas, têm responsabilidade muito maior e mais grave que a daqueles. Precisam cuidar de seus filhos e ajudá-los para que sejam úteis no futuro.
(Do livro “Na Era do Espírito”, psicografia de Francisco C. Xavier e Herculano Pires, Espíritos Diversos)

sábado, 9 de maio de 2015

Laços de Família

Grupo Acorde
Marcos Lima, Ricardo Ribeiro & Oscar de Lira

Quantas pessoas sofrem
Por não ter ninguém do seu lado

Quantos casais se perdem no vazio
Por estarem separados

E deixam-se levar nos desatinos
E sentem falta do amor

Olham pra si e veem que estão sofrendo
Não sabem como suportar a dor

Bom é você abraçar seus familiares
No aconchego amigo

Bom é você chegar no lar contente
Do sorriso fazer um abrigo

Ame sua família
Mesmo que nela
Exista alguém que lhe magoou

Aproveite o momento de esclarecimento
No futuro se colhe o que semeou

É hora de apertar os laços da família com amor
Ligando todos felizes na mesma união
No pulsar de um só coração

(Letra da música  Laços de Família do Grupo Acorde

sexta-feira, 8 de maio de 2015

O REINO A QUE VOCÊ PERTENCE


            Conta-se que certa ocasião, um imperador alemão realizou uma visita a uma das mais afastadas províncias dos seus domínios.
            Passando por uma pequena escola, situada à beira da estrada por onde passava, em uma zona rural, resolveu interromper a viagem e visitar os alunos.
            Professores e crianças o receberam com emoção, respeito e acatamento.
            No meio de tanto entusiasmo, houve quem improvisasse um discurso para saudar a ilustre personagem.
            O imperador ficou surpreso e feliz com a recepção.
            Percebendo que a classe era viva, inteligente e desinibida, sentiu-se muito à vontade entre os alunos.
            Depois de os ouvir cantar, declamar, discursar, ele resolveu se divertir um pouco com eles.
            Pediu a seu secretário que lhe trouxesse uma laranja e, mostrando-a aos meninos e meninas, perguntou:
            “Qual de vocês é capaz de me responder a que reino pertence esta fruta que tenho na mão?”
            “Ao reino vegetal.” – respondeu de imediato uma garota risonha, de olhos brilhantes e muito comunicativa.
            “Surpreendente!” – disse o imperador. E continuou:
            “Já que você respondeu com tanta precisão, vou lhe fazer duas outras perguntas. Espero que você responda correta e imediatamente. Se me responder sem hesitar, eu lhe dou uma medalha como prêmio. Aceita o desafio?”
            “Aceito, sim senhor.” – falou prontamente a garota.
            Então, colocando a mão no bolso de sua farda, tirou uma moeda e a mostrou à menina, indagando:
            “E esta moeda – a que reino pertence?”
            “Ao reino mineral.” – disse ela.
            “E eu, a que reino pertenço?” Questionou o imperador.
            Houve um rápido momento de silêncio. Os colegas se entreolharam. A garota apagou o sorriso alegre. Ficou séria e constrangida. Ficou preocupada em ofender o imperador, dizendo que ele pertencia ao reino animal.
            Mas, afinal, a resposta seria a correta. Contudo, pensava, poderia perder a medalha e até ser repreendida.
            Então, de repente uma resposta lhe veio à mente. Seus olhos voltaram a brilhar, um sorriso iluminou a sua face e ela respondeu,alto e claro: “o senhor pertence ao reino de Deus!”
            A resposta da menina causou admiração entre os colegas, professora e toda a comitiva que acompanhava o imperador.
            Foi, no entanto, o próprio imperador que mais se sentiu tocado pela afirmativa da garota.
            Com voz embargada, entregou a medalha prometida e, emocionado, falou: “Espero que eu seja digno desse reino, minha filha!”
            Pense nisso!
            Todos somos de Deus. Grandes e pequenos. Pobres e ricos. Saudáveis e enfermos.
            Independente de cor, raça, nacionalidade, todos somos de Deus.
            Todos fomos criados por Ele, mesmo que alguns afirmemos não acreditar que Ele exista.
            Somos alimentados por seu amor, todos os dias. E todos alcançaremos, embora em momentos diferentes, o seu reino de paz, de justiça e amor.
            Isso porque Deus ama a todos de igual maneira e oferece as mesmas chances de progresso e felicidade.
            E pacientemente espera que aceitemos a sua oferta.
            Todos somos de Deus. Você, eu, a humanidade inteira!
            Não esqueça disso e abra seu sorriso de esperança, renove as suas forças e prossiga no rumo da luz, abraçando o bem.
(Equipe de Redação do Momento Espírita com base em história de autor desconhecido. -www.momento.com.br)  

quinta-feira, 7 de maio de 2015

CRISES


"Pai , salva-me desta hora; mas para isto vim a esta hora." - Jesus (João, 12:27)

    A lição de Jesus, neste passo do evangelho, é das mais expressivas.
    Ia o Mestre provar o abandono dos entes amados, a ingratidão de beneficiários da véspera, a ironia da multidão, o apodo na via pública, o suplício e a cruz, mas sabia que ali se encontrava para isto, consoante os desígnios do Eterno.
    Pede a proteção do Pai e submete-se na condição do filho fiel.
    Examina a gravidade da hora em curso, todavia, reconhece a necessidade do testemunho.
    E todas as vidas na terra experimentarão os mesmos trâmites na escala infinita das experiências necessárias.
    Todos os seres e coisas se preparam, considerando as crises que virão. É a crise que decide o futuro.
    A terra aguarda a charrua.
    O minério será remetido ao cadinho .
    A árvore sofrerá a poda.
    O verme será submetido à luz solar.
    A ave defrontará com a tormenta.
    A ovelha esperará a tosquia.
    O homem será conduzido à luta. 
    O cristão conhecerá testemunhos sucessivos.
    É por isso que vemos , no serviço divino do Mestre , a crise da cruz que se fez acompanhar pela benção eterna da Ressurreição.
    Quando pois te encontrares em luta imensa, recorda que o Senhor te conduziu a semelhante posição de sacrifício, considerando a probabilidade de tua exaltação, e não te esqueças de que toda crise é fonte sublime de espírito renovador para os que sabem ter esperança.

(Francisco Cândido Xavier por Emmanuel. In: Vinha de Luz)
       

OPORTUNIDADE E NÓS



“Procura apresentar-te a Deus aprovado como obreiro que não tem de que se envergonhar...” — Paulo (II Timóteo, 2:15).


            Não admitas que o bem se processe a distância de esforço paciente que o concretize.
                                                                    *
            O Criador estabelece a árvore na semente.
            A criatura pode protegê-la e aperfeiçoá-la.
                                                                    *
            Recebes da Divina Providência o tesouro das horas, o apoio do conhecimento, a possibilidade de agir, o benefício do relacionamento, mas a formação da oportunidade para que te realizes nas próprias esperanças depende de ti.
                                                                    *
            Não há confiança profissional sem o devido certificado de competência.
                                                                    *
            Não disporás efetivamente da máquina sem conhecer-lhe a engrenagem com a respectiva função.
                                                                    *
            Nas áreas do espírito, as leis são as mesmas.
           Esforçar-te-ás em adquirir entendimento; praticarás o respeito aos semelhantes; acentuarás, quanto possível, as tuas prestações de serviço em apoio dos outros e angariarás a simpatia de que necessitas no próximo, a fim de que o próximo te auxilie na edificação de teus ideais. Então, credenciarás a ti mesmo, para que a oportunidade te valorize.
                                                                    *
            Em qualquer tarefa de melhoria e elevação, em que esperemos novas aquisições de paz e alegria, felicidade e segurança, não nos esqueçamos de que a possibilidade nasce de Deus e que o trabalho vem de nós.

(Francisco Cândido Xavier por Emmanuel. In: Ceifa de Luz)