quinta-feira, 30 de julho de 2015

IRONIA


    Ironia é menosprezo, é zombaria disfarçada, é, afinal,  demonstração de total ignorância das leis de Deus. Ironia é desamor.

    Aquele que despertou para as coisas superiores jamais usa desse  disfarce, dessa arma traiçoeira e tão ferina, para magoar quem quer que  seja, para melindrar, para ridicularizar.

    A ironia apresenta-se em palavras, gestos, olhares ou sorrisos,  sempre com o propósito de magoar.

    Lembremo-nos que aquele que usa tal arma contra o seu semelhante  quase sempre acaba ferido pela sua própria arma.

    As criaturas com quem convivemos ou aquelas com quem deparamos no caminho são dignas de respeito, seja qual for a sua condição. Se aquilo que nos apresentam não é de molde a nos agradar, se é mesmo vulgar ou ridículo, procuremos entender o que elas nos querem transmitir.

    Temos um código secreto na nossa alma, onde poderemos encontrar o significado de tudo e assim compreender o que essas criaturas realmente nos querem revelar. Há criaturas em tais estados de alma tão mergulhadas na noite escura da ignorância, que só conseguem extravasar tolices, às vezes venenos, e assim vão pela vida afora, recebendo de uns, desprezo, de outros, ironia, e de muito poucos a piedade construtiva, a que ajuda a erguer, sem  sentimentalismo, mas com compreensão.

    Como seria a vida terrena se as criaturas buscassem descobrir a real finalidade das suas existências? Quantas lágrimas, quantos sacrifícios e sofrimentos evitados! Mas a criatura humana é ainda tão dispersiva, tão desatenta, tão cega e surda aos verdadeiros valores, apegada que está aos falsos valores materiais, aos desejos da carne, que não consegue e não pensa sequer em lutar por conseguir ver outros panoramas e ouvir outros sons senão aqueles que satisfazem os seus pobres sentidos humanos. E assim sofre, ironiza da vida nas outras criaturas, vingando-se dos seus desacertos, da sua cegueira, principalmente nos que estão mais próximos de si.

    Atirando sobre os outros as pedras que colhe no caminho, ferindo as próprias mãos, revoltando-se mais ainda, porque o seu alvo muitas vezes é invulnerável.     Aquela pedra que atirou volta como ricochete sobre o seu atirador.

    Ironia, meus caros companheiros, é a arma do frustrado, do complexado, do que está perdido no mundo, do que não tem a menor idéia do que fazer, por isso mesmo, procura martirizar os outros porque se sente martirizado pela própria ignorância da verdadeira vida.

    Então temos que convir que, seja qual for a mensagem que a vida nos traga pelas mãos dos nossos companheiros de jornada, precisamos, antes de jogá-la para um canto como inútil ou ironizar a sua insignificância, lê-la carinhosamente, atentamente, para encontrar o espírito nela contido e agir dentro desse espírito.

    Se ainda houver em nós um resquício que seja do sentimento de ironia, transmudemo-lo sem demora em amor, em compreensão, e sentiremos dentro de nós como foi benéfica essa troca.

(Cenyra Pinto. In:  Eu sou o caminho)

terça-feira, 28 de julho de 2015

Aprendizado

 

Estudas ciências e filosofias, artes e idiomas.

 

Para isso, gastas forças e tempo.

 

Escuta.

 

O amor que Jesus nos traçou por estrada de redenção pode ser igualmente adquirido em exercício disciplinar.

 

Esforcemo-nos por alcançá-lo.

 

Os instrutores são os nossos próprios semelhantes.

 

Alguns te procuram. São aqueles que te desconsideravam ou te agridem, por vezes inconscientemente, junto dos quais é possível aprender compreensão e tolerância, desprendimento e perdão.

 

Alguns outros precisas buscar.

 

São aqueles companheiros a quem devemos amparo, habitualmente domiciliados na enfermidade ou na penúria, no regaço frio da noite ou em ruínas abandonas.

 

Vai ao encontro desses, dá-lhes algo da posse ou da migalha que te servem de apoio à existência, mas deixa-lhes a tua dádiva, iluminada com o teu próprio amor, à maneira do Sol, cuja luz te assegura a vida sem te pedir reconhecimento.

 

Não delongues o aprendizado.

 

Entretanto, existe uma condição para o êxito.

 

Auxilia e perdoa sem falar disso a ninguém.

 

O silêncio é a base na didática do amor, porque em todas as aulas, embora, por vezes, diante de muita gente, estarás profundamente em ti e dialogando contigo na presença de Deus.

 

Cede um minuto do tempo de que disponhas ou algo do que possuis para diminuir o frio da penúria e a febre da aflição.

 

Nessa imensa vereda, descobrirás pequeninos abandonados, aos quais estenderás o agasalho da esperança.

 

(Referência – Espírito: Meimei, livro: Palavras do Coração, Médium: Francisco Candido Xavier)

 

sábado, 25 de julho de 2015

Campo Afetivo

 

Usa a benevolência para com todos, mas especialmente para com os entes amados, quando não possam cumprir os encargos que assumem.

 

Esse amigo resistiu, por muito tempo, a certo tipo de tentação, no entanto, sem forças para guardar os avisos da consciência, entrou em longo labirinto de remorsos do qual não sabe como sair.

 

Essa companheira rogou amparo e compreensão, centenas de vezes, contudo, sem achar segurança no chão que pisava, resvalou para atitudes estranhas nas quais parece enlouquecer.

 

Outro quis desfrutar um momento de felicidade, através da fuga aos próprios compromissos, entretanto, viu-se preso numa rede de enganos lamentáveis, induzindo almas queridas à rebeldia e ao sofrimento.

 

Outra, ainda, a pretexto de repouso e entrenimento, esbarrou em vasto despenhadeiro de arrependimento e solidão.

 

Ante os seres amados, envolvidos em acidentes da alma, silencia, abençoa-os e segue em teu próprio caminho.

 

Ama-os, quais se mostram, e prossegue estrada adiante, na certeza de que tanto eles quanto nós, continuamos em plena vida, apoiados no amor e na sabedoria de Deus.

 

Meimei. Medium: Francisco C. Xavier

 


quinta-feira, 23 de julho de 2015

AMARÁS SERVINDO


      Amarás servindo. 
    Ainda quando escutes alusões em torno da suposta decadência dos valores humanos, exaltando as forças das trevas, farás da própria alma lâmpada acesa para o caminho. 
    Mesmo quando a ambição e o orgulho te golpeiem de suspeitas e de rancores o espírito desprevenido, amarás servindo sempre. 
    Quando alguém te aponte os males do mundo, lembrar-te-ás dos que te suportaram as fraquezas da infância, dos que te auxiliaram a pronunciar a primeira oração, dos que te encorajaram os ideais de bondade no nascedouro, e daqueles outros que partiram da Terra, abençoando-te o nome, depois de repetidos exemplos de sacrifício para que pudesses livremente viver. Recordarás os benfeitores anônimos que te deram entendimento e esperança, prosseguindo fiel ao apostolado do amor e serviço que te legaram... 
    Para isso, não te deterás na superfície das palavras.
    Colocar-te-ás na posição dos que sofrem, a fim de que faças por eles tudo aquilo que desejarias se te fizesse nas mesmas circunstâncias. 
    Ante as vítimas da penúria, imagina o que seria de ti nos refúgios de ninguém, sob a ventania da noite, carregando o corpo exausto e dolorido a que o pão mendigado não forneceu suficiente alimentação; renteando com os doentes desamparados, reflete quanto te doeria o abandono sob o guante da enfermidade, sem a presença sequer de um amigo para minorar-te o peso da angústia; à frente das crianças despejadas na rua, pensa nos filhos amados que aconchegas ao peito, e mentaliza o reconhecimento que experimentarias por alguém que os socorresse se estivessem desvalidos na via pública; e, perante os irmãos caídos em criminalidade, avalia o suplício oculto que te rasgarias entranhas da consciência, se ocupasses o lugar deles, e medita no agradecimento que passarias a consagrar aos que te perdoassem os erros, escorando-te o passo, das sombras para a luz. 
    Ainda mesmo quando te vejas absolutamente a sós, no trabalho de bem, sob a zombaria dos que se tresmalham temporariamente no nevoeiro da negação e do egoísmo, não esmorecerás. Crendo na misericórdia da Providência Divina e nas infinitas possibilidades de renovação do homem, seguirás Jesus, o Mestre e Senhor, que, entre a humildade e a abnegação, nos ensinou a todos que o amor e o serviço ao próximo são as únicas forças capazes de sublimar a inteligência para que o Reino de Deus se estabeleça em definitivo nos domínios do coração.

(Francisco Cândido Xavier por Emmanuel. In: Alma e Coração)

 

quarta-feira, 22 de julho de 2015

A PRIMEIRA PEDRA

 

Há, sim, muitos companheiros errados.

 

Ninguém nega.

 

Esse, que te protegia a confiança, desabou, à maneira de tronco pesado, sobre a plantação, ainda frágil, de tua fé.

 

O outro, que te parecia invulnerável no desassombro, acovardou-se e fugiu.

 

Conheceste os que pregavam generosidade, agarrando-se à avareza, e notaste os que falavam em virtude, a tombarem no vício.

 

Situavas a fonte do consolo em vários amigos, que acabaram no desespero e recolhias orientações de outros tantos, que se afundaram na corrente das sombras, quais barcos a matroca.

 

Em muitos casos, trocaste entusiasmo por desalento e admiração por repugnância.

 

Diante de semelhantes problemas, é natural te sintas entre a mágoa e a revolta.

 

No entanto, entra no santuário de ti mesmo procurando compreender a nossa obrigação de auxiliar e servir, e reflete nas exigências de evolução.

 

Coloca-te no lugar da criatura em dificuldade e enumera quantas vezes tens sido providencialmente auxiliado, para não caíres em tentação.

 

Medita nas horas em que os pensamentos infelizes te dominam a alma; nos momentos em que tropeças e cais; nas ocasiões em que te enganas e sofres; nos instantes em que lastimas as faltas que não desejarias cometer; e se te sentes longe da possibilidade de errar e integralmente livre de toda culpa, poderás, então, ouvir, de novo, a lição de Jesus e atirar a primeira pedra.

 

(Francisco Cândido Xavier/Emmanuel)

 

segunda-feira, 20 de julho de 2015

OS OUTROS


             Já pensaste que existe muita gente além de ti, vivendo no mesmo mundo em que habitas? São bilhões, com as mesmas necessidades e os mesmos direitos, filhos do mesmo Deus de bondade e de amor. E ainda outros bilhões de desencarnados buscam os mesmos interesses de vida que buscas.
             Quem te fez não se esqueceu de colocar as mesmas qualidades na consciência dos teus irmãos de caminho.
             Se tu, para viver, precisas dos outros, tanto quanto os outros de ti, é de justiça, e a razão nos esclarece, a grande necessidade de vivermos bem com os nossos semelhantes, de fazer para com eles o que estiver ao nosso alcance.
             O Suprimento Divino de ninguém se esquece, no que tange às nossas necessidades. O que achamos que falta na economia da natureza é consumido no desperdício dos que abusaram daquilo que foi colocado em suas mãos, registrando na escrita superior, a ignorância que, por vezes, atende ao carma dos sofredores.
             Não existe falha da natureza.
             O que achamos injustiça é puramente aparência. Cada um recebe justamente o que merece no avanço da própria vida.
             Se te interessa receber coisas boas, não deves duvidar da lei que nos fala que é dando que recebemos.
             Os outros são continuação de nós mesmos, nos termos filosóficos, que a escrita alcança para mostrar as belezas do oculto.
             Se queremos afastar o inconveniente de nós, não aprendamos as lições da inconveniência. Deus a ninguém deserda, nem aniquila Espírito algum, porque não Lhe obedece.
             Ele criou leis e elas nos disciplinam quando erramos o caminho que deve ser percorrido.
             Se alguém te perseguir, não faças o mesmo.
             Se o revide for a tua arma, essa defesa estraga a tua própria oportunidade de compreender aquele que te não compreende. Procura sempre a Justiça sem o exagero e ama sempre a Verdade, sem que a ofensa apareça.
             Os outros têm o mesmo direito que temos como ocupantes de lugares na grande extensão infinita.
             Deus assiste o ladrão tanto quanto o justo; o assassino, tanto quanto o homem de bem; porém, cada um recebe o que busca pela vida que se dispôs a viver.
            O Senhor não distingue os Seus filhos; eles são todos iguais à Sua magnânima visão. Ama todos, qual o Sol distribui seus raios em todas as direções do Universo, sem nada exigir dos beneficiados.
             Quando pensares, meu irmão, nas tuas necessidades, lembra-te igualmente da carência dos outros. E, se for possível, trabalha em favor deles, que esse trabalho, quando não é vendido, gera pontos de vida na luminosidade do Amor.
             Quando escolhemos alguém para a nossa amizade ou para o nosso amor, exigimos qualidades, perfeição, tudo de bom que nos agrade. Por que não fazer o mesmo conosco? Eles, certamente, devem pensar o mesmo de nós.
             Atraímos o que somos.
             Melhoremo-nos por dentro, que as companhias nos acompanharão no que verdadeiramente somos. É a lei dos afins, que nunca erra no trabalho das uniões.
             Trata os outros como se fossem tu mesmo, alimenta o mesmo interesse de servir aos teus irmãos, como se o estivesses fazendo em teu favor, que a tua amizade crescerá, mostrando-te a verdadeira estrada, onde a tua inteligência e o teu coração encontrarão o reino da consciência em perfeita harmonia com a harmonia universal, em paz com Deus.

(João Nunes Maia por Lancellin. In: Cirurgia moral)

domingo, 19 de julho de 2015

Amando Sempre

 

Aproveita o dia e faze o melhor, amando sempre.

 

Plasma a obra que vieste realizar entre os homens, enquanto o apoio do tempo te favorece.

 

Suporta com paciência as vicissitudes da estrada e aceita, nas circunstâncias difíceis, a justiça da vida que volta a pedir-te contas.

 

Na tarefa mais obscura, apõe o selo da bondade e, na conversação mais simples, modela a palavra luminosa do entendimento.

 

Abraça em cada pessoa que te cruze o caminho, alguém que te leve mais longe a mensagem de auxílio e, em cada página, por mais pequenina, que te registre o pensamento, grava o amor puro que te verte do ser.

 

Observa o relógio impassível.

 

Minuto marcado é valor que não torna.

 

Terás, sim, outros minutos, mas em novo dia, em novo problema, em nova situação e em nova paisagem...

 

Toda criatura terrestre, embora não perceba, vive a despedir-se do mundo, pouco a pouco, despachando, cada dia, com os próprios atos, a bagagem que encontrará na estação de destino.

 

Use, desse modo, as forças que Deus te empresta, na construção do bem, porque, amanhã, quando a morte chegar, compreenderás, por fim, que tudo quanto fizeste aos outros a ti mesmo fizeste.

 

(Francisco Cândido Xavier por Meimei. Psicografia)

 

sexta-feira, 17 de julho de 2015

As Chuvas dos Olhos



"Chove.
Na fonte das águas, chove.
Na fronte das lágrimas do pretérito calado.
Lavando a chuva dos olhos cansados.
Chovendo nos mares, nos mares amados."
 

    Há quanto tempo você não chora?

    Há quanto tempo seus olhos não são inundados por lágrimas, por estas pequenas gotas que parecem nascer em nosso coração? Há quanto tempo?

    Assim como o fenômeno natural da precipitação atmosférica, a chuva, realiza o trabalho de purificar a terra, a água e o ar, também nossas lágrimas têm tal função.

    A de limpar nosso íntimo, a de externar nossas emoções, sejam elas de alegria ou de pesar.

    Precisamos aprender a expressar nossos sentimentos.

    Nossa cultura possui conceitos arraigados, como o de que "homem não chora", ou que "é feio chorar", que surgem em nossas vidas desde quando crianças, na educação familiar, e acabam por internalizarem-se em nossa alma, continuando a apresentar manifestações na vida adulta.

    Sejamos homens ou mulheres na Terra, saibamos que todos rumamos para a busca da sensibilidade, do autodescobrimento, e da expressão de nossos sentimentos.

    Tudo que deixarmos guardado virá à tona, cedo ou tarde.

    Se forem bons os sentimentos contidos, estaremos perdendo uma oportunidade valiosa de trazê-los ao mundo, melhorando nossas relações com o próximo e conosco mesmo.

    Se forem sentimentos desequilibrados, estaremos perdendo a chance de encará-los, de analisá-los, e de tomar providências para que possam ser erradicados de nosso interior.

    As barreiras que nos impedem de nos emocionar, de chorar, são muitas vezes as mesmas que nos fazem pessoas fechadas e retraídas.

    Barreiras que carecemos romper, para que nossos dias possam ser mais leves, mais limpos, como a atmosfera que recebe a água da chuva, e nela encontra sua purificação.

    As chuvas dos olhos fazem um bem muito grande.

    Desabafar, colocar para fora o que angustia nosso íntimo, ou o que lhe dá alegria, é um exercício precioso. Um hábito salutar.

    Dizer a alguém o quanto o amamos, quando este sentimento surgir em nosso coração - mesmo sem um motivo especial -, será sempre uma forma de fortalecimento de laços.

    De construção de uma união mais feliz, e principalmente, um recurso para elevarmos nossa auto-estima, nosso auto-amor.

* * *
    Deus nos concedeu a chuva para regar os campos, para tornar mais puro o ar.

    Também nos presenteou com as lágrimas, para que as nossas paisagens íntimas pudessem ser regadas, e para que os ares do Espírito encontrassem a pureza.
 
(Redação do Momento Espírita - www.momento.com.br)

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Aceita

 

Aceita a bênção de entender e a felicidade de trabalhar.

 

E segue adiante para amar, auxiliar, construir e compreender, porque Deus espera por ti.

 

Escuta a esperança, no silêncio da própria alma, a falar-te de futuro e de amor, de belezas e eternidade e transforma a benção das horas em riqueza de trabalho.

 

Do livro: Agenda de Luz, Médium: Francisco Cândido Xavier

 

quarta-feira, 15 de julho de 2015

LIBERTE A VOCÊ



Lábios envenenados pelo fel da maledicência não conseguem sorrir com verdadeira alegria.
Ouvidos fechados com a cera da leviandade não escutam as harmonias intraduzíveis da paz.
Olhos empoeirados pela indiscrição não vêem as paisagens reconfortantes do mundo.
Braços inertes na ociosidade não conseguem fugir à paralisia.
Mente prisioneira no mal não amealha recursos para reter o bem
Coração incapaz de sentir a fraternidade pura não se ajusta ao ritmo da esperança e da fé.
Liberte a você de semelhantes flagelos.
Leis indefectíveis de amor e justiça superintendem todos os fenômenos do Universo e fiscalizam as reações de cada espírito. Assim , pois, no trabalho da própria renovação, a criatura não pode desprezar nenhuma das suas manifestações pessoais, sem o que dificilmente marchará para a Vanguarda de Luz. 
(André Luiz/Waldo Vieira. In:  Estude e Viva)

terça-feira, 14 de julho de 2015

A Melodia do Silêncio



Na fase terminal de nossas tarefas na noite de 10 de junho de 1954, tivemos a afetuosa visita de Meimei, a nossa companheira de sempre, que,
utilizando os recursos psicofônicos do médium, falou-nos sobre os méritos do silêncio, em nossa construção espiritual.

Repara a melodia do silêncio nas criações divinas.

No Céu, tudo é harmonia sem ostentação de força.

O Sol brilhando sem ruído...

Os mundos em movimento sem desordem...

As constelações refulgindo sem ofuscar-nos...

E, na Terra, tudo assinala a música do silêncio, exaltando o amor infinito de Deus.

A semente germinando sem bulício...

A árvore ferida preparando sem revolta o fruto que te alimenta...

A água que hoje se oculta no coração da fonte, para dessedentar-te amanhã...

O metal que se deixa plasmar no fogo vivo, para ser-te mais útil.

O vaso que te obedece sem refutar-te as ordens...

Que palavras articuladas lhes definiriam a grandeza?

É por isso que o Senhor também nos socorre, através das circunstâncias que não falam, por intermédio do tempo, o sábio mudo.

Não quebres a melodia do silêncio, onde tua frase soaria em desacordo com a Lei de Amor que nos governa o caminho!

Admira cada estrela na luz que lhe é própria...

Aproveita cada ribeiro em seu nível...

Estende os braços a cada criatura dentro da verdade que lhe corresponda à compreensão...

Discute aprendendo, mas, porque desejes aprender, não precisas ferir.

Fala auxiliando, mas não te antecipes ao juízo superior, veiculando o verbo à maneira do azorrague inconsciente e impiedoso.

«Não saiba tua mão esquerda o que deu a direita» — disse-nos o Senhor.

Auxilia sem barulho onde passes.

Recorda a ilimitada paciência do Pai Celestial para com as nossas próprias faltas e ajudemos, sem alarde, ao companheiro da romagem terrestre que, muitas vezes, apenas aguarda o socorro de nosso silêncio, a fim de elevar-se à comunhão com Deus.

(Do livro: Instruções Psicofônicas, Médium: Francisco Cândido Xavier)

quinta-feira, 9 de julho de 2015

VONTADE DIVINA

 

“E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos

pela renovação do vosso entendimento para que experimenteis

qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”.

– Paulo.(Romanos, 12:2.).

 

Expressa-se a Vontade de Deus pelas circunstâncias da existência; todavia, devemos apreendê-la na essência e no rumo, o que nos será claramente possível.

Não só pelos avisos religiosos que nos ajudam a procurá-la.

Nem pelos constrangimentos da Terra, que nos impelem a compromissos determinados.

Nem pelos preceitos sociais que nos resguardam em disciplina.

Nem pela voz dos amigos que nos apoiam a caminhada.

Nem pelos acicates da prova que nos corrigem os sentimentos.

A fé ilumina, o trabalho conquista, a regra aconselha, a afeição reconforta e o sofrimento reajusta; no entanto, para entender os Desígnios Divinos a nosso respeito, é imperioso renovar-nos em espírito, largando a hera do conformismo que se nos arraia no íntimo, alentada pelo adubo do hábito, em repetidas experiências no plano material.

Recebamos o auxílio edificante que o mundo nos ofereça, mas fujamos de contemporizar com os enganos do mundo, diligenciando burilar-nos cada vez mais, porque educação conosco é clarão no âmago da própria alma e por muito brilhemos por fora, no jogo das ocorrências temporárias da estância física, nada entenderemos da luz de Deus que nos sustenta a vida, sem luz em nós.

 

(Francisco Cândido Xavier por Emmanuel. In: Palavras de Vida Eterna)

 

sábado, 4 de julho de 2015

A Cela Oculta

 

Cada criatura, na Terra, traz consigo uma cela oculta em que trabalha com os instrumentos da provação em que se burila.

 

Pensa nisso e auxilia aos que te rodeiam.

 

Esse companheiro alcançou a fortuna, mas sofre a falta de alguém; outro dispõe de autoridade, no entanto, suporta espinhosos conflitos nos sentimentos; essa irmã construiu o lar sobre preciosas vantagens materiais, contudo, tem um filho que lhe destrói a felicidade; e aquele outro atingiu o favor público, entretanto, é portador de moléstia indefinível a corroer-lhe todas as forças.

 

Quando encontres alguém que te pareça em crises de inquietação e desarmonia, isso não é sinal de que a tua presença se lhe fez indesejável.

 

Esse alguém estará em momentos de enormes dificuldades no reduto invisível do coração em que se aperfeiçoa. E os resíduos da luta íntima se lhe transbordam do ser pelas janelas do trato.

 

Observa o ponto nevrálgico da própria vida em que o sentimento te procura para efeito de prova e compadece-te dos outros para que os outros se compadeçam de ti.

 

(Do livro: Somente Amor, Médium: Francisco Cândido Xavier)

                                       

quinta-feira, 2 de julho de 2015

SELO DA PAZ


    No trânsito da vida, quando te pareçam entraves e fracassos, não te esqueças de que a paciência é o passaporte suscetível de assegurar-te livre passagem através de todas as dificuldades e travessias.
*
    Se estás doente, não será com o desespero que aproveitarás o remédio que se te administra.
*
    Se experimentaste algum desgosto, a irritação não te afastará do íntimo a nódoa de sombra.
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    Se sofreste prejuízos de ordem material, não será parando em acusações e gritaria que conseguirás a restauração dos próprios recursos.
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    Se atravessas incompreensões em família, de modo algum te livrarás de semelhantes atropelos, multiplicando reclamações e exigências.
*
    Se essa ou aquela pessoa querida se te mostra perturbada, a ponto de ferir-te, não será martelando-lhe o crânio que lhe traçarás o processo da cura.
*
    Cultivando paciência, no cotidiano, transportarás contigo a força capaz de vencer todos os obstáculos que, porventura, te agridam a existência.
*
    E isso acontece porque as Leis de Deus marcaram a paciência, na condição de selo da paz.

(Francisco Cândido Xavier por Emmanuel. In: Joia)